sábado, 20 de julho de 2013

Chapter 22


"Nós criamos nossos demônios"
Por que estava triste ? Logico que ser rejeitada por alguém nunca é algo legal, mas não ia chorar por isso. Pelo menos não aqui.
- Acorda Julia. - disse Alex me empurrando no braço e eu olhei para fora e vi que estava no estacionamento do prédio.
- A bela adormecida acordou. - disse Austin quando me viu levantar.
- É... - eu disse fria e ele me olhou confuso. - Obrigada pela carona. - eu agradeci ao Alex.
- De nada, sempre que precisar. - ouvi ele falando enquanto ia andando rapidamente para o elevador.
Eu estava irritada e com raiva do Austin, nunca tinha passado pela minha cabeça que ele achava que eu era louca e bipolar... Quem ele pensava que era pra falar de mim assim? Só por que ele é famoso não quer dizer nada. Estava pensando que minha vinda pra cá estava melhorando porque eu estava fazendo amigos, mas não. Tudo tinha que dar errado pra mim, tudo! Sorte da Bia não conhecer esse babaca. Coitada dela. Fica se iludindo pensando que ele é perfeito. Vi a porta do elevador abrir e comecei a pensar nas coisas que ele havia falado.
- Babaca! Corno! Viado! Safado! - eu disse e bati na parede do elevador e isso fez com que os pontos do meu cotovelo doessem e comecei a chorar.
A porta do elevador se abriu e meu choro foi piorando, a dor no cotovelo tinha sido apenas ajudado minhas lágrimas á caírem, acabei entrando em casa soluçando.
- Julia eu... - meu pai ia brigar comigo, mas resolveu me abraçar quando me viu em desespero.
- O que aconteceu? - ele perguntou e eu chorei ainda mais.
- Eu preciso voltar para a California pai, meu lugar não é aqui! - eu disse e o abracei.
- Jess! - meu pai gritou e meu irmão apareceu depois de um tempo reclamando, mas ficou quieto quando me viu. - Desculpe querida, eu tenho que ir para o trabalho, vou trocar de terno, já que você molhou esse inteiro. Jess cuide da sua irmã.
Jess pensou duas vezes e me levou para a cozinha. Ele pegou um copo de água com açúcar e me fez tomar, mesmo comigo dizendo a ele que eu estava bem e não precisava daquilo. Sempre gostei de tudo doce, mas não água, é uma coisa tão ruim que faz você melhorar só em ver a água branca.
- Está tudo bem? - ele perguntou e olhou para mim.
- Eu vou voltar para o trabalho, tchau. - ouvi meu pai dizer e ele saiu.
- Conta o que aconteceu. - disse Jess olhando atentamente para mim.
- Não foi nada de mais Jess. - eu disse e ele suspirou e se levantou.
- Vem me ajudar a esquentar sua comida, quem sabe você não muda de ideia e resolve me contar.
Eu ri e revirei os olhos. Quase cai pra trás quando vi a carne que estava pronta, eu amo carne.  Nessa hora pensei na Bia, como ela conseguia não gostar disso?
- E ai? - perguntou meu irmão enquanto eu estava comendo. - Agora quer falar?
- Não. - eu disse. - Já esqueci o que aconteceu. - eu disse e bebi o suco de laranja.
- Esqueceu? - perguntou ele e ficamos nos encarando.
- Sim. - eu disse e ele sorriu.
- Vamos ver se eu faço você se lembrar. - ele começou a me fazer cócegas e eu não conseguia parar de rir, ou tirar a mão dele.
- PARA! - gritei rindo, eu odeio isso é torturante.
- Não. Se lembrou? - ele perguntou sorrindo.
- NÃO! - gritei e ele continuou por pouco tempo me fazendo cócega, pois o celular dele tocou. - O que foi? - perguntei.
- Tenho que ir. - ele disse e simplesmente pegou o casaco e saiu me deixando sozinha. Maravilha.
Terminei de comer e resolvi ir assistir algum filme, não tinha nenhum filme bom de verdade e nem percebi quando eu dormi no sofá. Só notei quando acordei sentindo dor nas costas.
- Tem alguém em casa? - perguntei e não tive resposta, já eram quase seis horas da tarde e fiquei preocupada por Jess não ter voltado ainda. Liguei no celular dele, mas estava dando ocupado, mais tarde se ele não aparecesse eu ligaria de novo.
Entrei no computador para ver se tinha alguma coisa nova e me arrependi quando vi Dan, Andy e Mari marcados em uma foto da festa de 16 anos da irmã mais nova da Thalia.
- Mari. - eu disse ligando para ela pelo telefone.
- Oi Ju, tudo bom? - ela perguntou falando alto, por causa do barulho que estava de fundo.
- Tudo sim, onde você está? - perguntei.
- To na academia, acredita que o Andy resolveu me arrastar para cá? Mas depois de uma briga básica eu resolvi aceitar, afinal eu tenho a chance de ver os bonitões malhando - ela disse e ouvi alguém reclamando no fundo, Andy. - O que foi? Eu to aqui por sua culpa, se não quisesse que eu visse eles não me forçaria á vir aqui, agora me deixa em paz porque estou no telefone.
- Mari? - chamei e por um tempo só ouvi o barulho de fundo até que ouvi uma porta bater.
- Pronto, to no banheiro, agora posso falar. Como estão as coisas ai? - perguntou.
- Tá bem, e ai? - perguntei.
- Está bem também, sem você aqui o Andy ficou mais ciumento, falando que agora ele não tem que me dividir com mais ninguém. Mas logo logo eu ponho ele na linha. - ela disse e eu ri.
- Eu sei que põe, mas Mari me diz uma coisa, como foi a festa da irmã da Thalia? - perguntei.
- Foi boa, acho que não aconteceu nada de mais. Não quis te contar para você não ficar deprê.
- Ah... Eu vi as fotos aqui no face. - eu disse - você estava bem bonita.
- Obrigada Ju.- ela disse e ouvi o barulho de alguém batendo na porta. - Vou ter que desligar, tem uma desesperada aqui que está louca para usar o banheiro e se não usar vai cagar na calça.
- Ok, beijos. - eu disse rindo.
- Beijos, depois a gente se fala.- ela disse e desligou.
Fiquei olhando as fotos por mais um tempo e depois resolvi assistir as séries da televisão. Eu não acompanhava nenhuma, mas pelo menos sabia o que era o que. Quase oito horas da noite ouvi o barulho da porta e vi meu irmão chegando cansado.
- Onde foi? - perguntei parada na porta do meu quarto de braços cruzados.
- Resolver umas coisas. - ele disse e eu ri.
- Sei que coisas são essas. - eu disse e ele revirou os olhos.
- Na verdade aposto que não sabe, sua pervertida. - ele disse e senti meu rosto esquentar fazendo com que ele risse. - Boa noite. - ele disse e entrou no quarto.
Fui para a cozinha e preparei a pipoca, depois fiquei assistindo o filme Anjos da Lei, não havia chegado nem na metade e a pipoca já tinha acabado. Ouvi meu pai chegando quando já estava quase no final do filme. Ele bateu na porta e abriu.
- Oi. - ele disse. - Está tudo bem?
- Sim. - respondi. - Chegou tarde hoje...
- Tive muito trabalho hoje lá na empresa. - ele disse e olhou para o filme que eu estava assistindo, esse filme não era recomendado para assistir com os pais, mas eu havia deixado no mudo então não tinha problema. - Quer me contar porque chegou chorando aqui em casa hoje? 
- Não. - eu disse e ele olhou para mim.
- Eu... Falei com a sua mãe hoje e combinamos de você ir visitar ela daqui a três semanas. - ele disse e eu sorri, essa era a melhor noticia que ele poderia me dar agora. - Boa noite.
- Boa noite. - eu disse para ele e assim que ele saiu eu comecei a pular na cama, liguei para a Mari avisando que eu iria visitá-la e depois de pirar um pouco acabei dormindo. 

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