domingo, 30 de junho de 2013

Chapter 14


"Fiz o que podia, fui mais longe do que pensei que iria"
Levantar da cama agora parecia impossível, ainda mais pelo fato de que fora do meu quarto estava uma gritaria insuportável. Digamos que meu pai, meu irmão e o advogado não conseguiam entrar em um acordo. E pelo menos dentro do meu quarto eu me sentia segura, pelo menos um pouco.
Quando cheguei em casa, meu pai estranhou o horário e ficou preocupado quando viu que eu estava molhada e tremendo. Então não fiquei sabendo direito como a discussão havia começado, pois ele me mandou direto para o banho. Mas assim que desliguei o chuveiro, pude ouvir a gritaria lá na sala e isso fez com que eu me arrumasse rapidamente.
Eu decidi sair do quarto e tentar fazer com que os dois parassem de brigar. E percebi que meu irmão reclamava com meu pai, pois meu pai queria processar os pais do Charles e de seus amigos por bullying e meu irmão queria resolver isso na porrada, como ele mesmo disse e ao ouvir isso eu comecei a rir baixo, mas depois eu acabei espirrando e Jess e meu pai começaram a brigar comigo me dizendo para tomar um remédio e ir para o quarto.
Com os dois contra mim não pude fazer muita coisa, apenas peguei o remédio na cozinha e vim para cá, mas como eu fiquei em silêncio consegui ouvir a campainha tocar da primeira vez e meu irmão gritar:
- O problema é seu por querer acostumar seu filho á dormir a tarde!
Meu irmão, como sempre, foi muito educado. Só tenho pena da criança que estava tentando dormir e o pai dela, mas por um lado eu tinha que concordar com meu irmão. Da segunda vez que a campainha tocou, imaginei que fosse o sindico, pois a gritaria parou. Mas foi só por um momento, pois logo meu irmão voltou a se estressar e começou a gritar novamente dizendo que ia sair e ia atrás dos caras.
- PARA! - ouvi o grito do meu pai e fiquei até com medo de respirar.
Depois de um pouco mais de um minuto de silêncio eu resolvi levantar da cama e ver se eu conseguia ouvir alguma coisa da porta, mas não ouvi nada. Abri a porta tomando cuidado para não fazer nenhum barulho.
- Digamos que eu aceite essa ideia. -disse meu irmão e ouvi o barulho de seus passos andando de um lado para o outro da sala. - Mas mesmo assim quero uma punição severa para aqueles covardes.
- Isso é com o juiz. - disse meu pai. -Mas de ante das testemunhas tenho certeza de que ele vai ter uma bela punição.
- Estamos resolvidos? - disse uma voz feminina, que eu percebi ser a da Karen.
Mas o que ela estava fazendo aqui em casa afinal? Eu nem sequer ouvi a campainha tocar. E qual era essa ideia? Eu já estava morrendo de curiosidade, eu precisava saber qual era o acordo feito, já que eu também estava metida nessa história.
- Irei levar os documentos para a escola e mandar uma intimação para os pais dos alunos. - disse o advogado. -Com licença. - Ouvi os passos dele se distanciando e a porta bater.
- Muito obrigado Karen, acho que pode dar certo... - ouvi passos se aproximando do corredor e parei de ouvir a conversa, eu tinha certeza de que era meu irmão tentando sair de perto do casal antes de ficar entediante, como diz ele.
Voltei para o quarto correndo e deixei a porta encostada até o meu irmão passar e ir para o quarto dele. Assim que ele fechou a porta eu fui para o corredor novamente.
- Também espero que dê certo. - disse Karen. - Bom... Eu não tenho mais muito tempo de almoço então eu já vou indo, hoje mesmo eu levo esses papéis para a escola e te ligo para confirmar as coisas para amanhã.
- Tudo bem então, bom almoço.- disse meu pai.
- Obrigada, para você também. - ela disse e depois de um tempo ouvi o barulho da porta se fechar.
Agora que eu estava realmente curiosa, voltei para o meu quarto e fui olhar o facebook do meu irmão para ver se ele tinha postado alguma coisa, mas a última data de postagem era há quase um mês atrás. Bufei irritada e voltei a me deitar. Decidi perguntar no almoço e fui fazer minha unha para esperar o tempo passar.
- Pai! - gritei abrindo a porta e tomando cuidado para não borrar o esmalte.
- Fala Julia. - disse ele da sala.
- Tô com fome.
- Tem pizza congelada, pode fazer.
Eu até reclamaria com ele, mas como provavelmente seria a primeira e única vez que eu iria comer pizza no almoço, reclamar para que? Fui para a cozinha e coloquei a pizza no forno, depois voltei para a sala.
- Pai. - chamei e ele não ouviu, pois estava ocupado demais prestando atenção no jornal. - Pai!
- O que foi agora Julia? - ele perguntou irritado, talvez não fosse a melhor hora para perguntar, mas eu não tinha nada para inventar.
- Eu tava pensando em amanhã ir em uma praça que o Tyler me mostrou aqui perto.
- Não, amanhã você vai na escola. - ele disse e voltou a olhar a televisão.
Então era isso? Nada tinha mudado, mesmo com tudo o que aconteceu hoje ele não tinha mudado de opinião?
- EU NÃO QUERO IR PARA ESCOLA! EU NÃO VOU! - eu disse gritando e me levantando.
- Opa, segundo round. - disse meu irmão aparecendo na sala e se sentou no sofá me olhando.
- Segundo round nada. - disse meu pai. - Você e o Jess vão para outra escola, agora chega de gritaria por hoje e saiam daqui e me deixem assistir o jornal em paz.
Bom... Pelo menos eu havia descoberto o que eles haviam decidido, mas eu não conseguia acreditar que eu teria que passar novamente por um primeiro dia de aula. Fiquei imaginando como seria meu dia amanhã e só "acordei" quando ouvi o relógio apitando dizendo que a pizza estava pronta. Pelo menos alguma coisa boa hoje tinha acontecido e eu só esperava que o dia não passasse, ou que minha gripe piorasse, assim eu não precisaria ir para a escola.
Enquanto eu comia a pizza, comecei a pensar na Califórnia. Não fazia muito tempo que eu havia saído de lá, mas eu queria muito voltar. Eu sentia muita falta da Mari e precisava dela, talvez eu conseguisse convencer meu pai á voltar para passar o fim de semana na casa da minha mãe, pelo menos eu me livraria um pouco da loucura que eu estava vivendo aqui. A campainha tocou e fui lá abrir a porta.
- Tyler?
- Oi. - ele disse e me mostrou os papéis que segurava.
- Ah.. Entra ai. - eu disse e dei espaço para ele entrar. - Pai! - gritei.
- Julia, eu já disse para você parar de gritar, porque... - meu pai parou de falar quando viu Tyler ao meu lado. - Oi Tyler.
- Oi, vim entregar esses papéis que minha mãe pediu. - ele disse e eu lembrei da minha pizza que estava esfriando.
- Se não se importam.. Eu vou comer. -eu disse e fui em direção á cozinha. -Quer também Tyler? É pizza. - eu disse e ele riu.
- Quero sim.- ele disse e me seguiu sorrindo.
- O que foi? - perguntei enquanto me sentava.
- É que... Assim você parece até o Austin, comendo pizza no almoço. - ele disse e eu o olhei confusa. - É que é a comida preferida dele, na verdade não sei como ele não enjoa, já que ele come pizza quase sempre, na verdade eu até entendo ele, imagina você tendo que ir para um país onde as pessoas comem peixe cru por exemplo.
- É... Pensando assim, acho que eu também não enjoaria da pizza.- eu disse e ele riu antes de começar a comer.

2 comentários:

  1. Nossa!! To amando, por favor continue logo!!
    Beijos...
    Se eu conseguir eu te divulgo no meu blog, ok?!

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  2. AAAH linda, pooode deixar.. muuuito obrigada meeesmo <3 Beijoos ^~^

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