sexta-feira, 3 de maio de 2013

Chapter 3


"Ficar criticando as pessoas por recalque do que elas são não deixa elas menos boas no que fazem e te torna um tremendo infantil, fica a dica."
Eu não conseguia acreditar, ele havia mesmo contado para o meu pai. E agora eu estava de castigo por UMA SEMANA! Minha vontade agora era de voar em cima do meu irmão que estava no banco da frente do carro.
Aqui não era tão quente quanto a Califórnia, mas o clima até que estava bom. Eu olhava para a rua e reconhecia alguns lugares, como a loja de sorvetes que eu costumava ir quando era pequena, afinal eu sempre tinha que vir nas férias de inverno para cá, mas agora eu estava me mudando e o que antes era o meu sonho, virou meu presente pesadelo.
Eu vi meu pai entrando em um prédio branco, provavelmente havia se mudado para que coubesse eu e meu irmão na casa também. Encostei a cabeça cansada no banco do carro. Meu irmão conversava com o meu pai, mas eu não estava com a mínima vontade de prestar atenção na conversa.
– Sai logo Julia. - ouvi meu irmão falar ao abrir o carro e suspirei pulando pra fora do carro, eu quase cai já que o carro do meu pai era alto, fazendo com que Jess risse da minha cara e eu ficasse ainda mais irritada.
Peguei minhas duas malas grandes e coloquei as duas malas menores em cima delas e sai de lá atrapalhada, mas eu não pediria ajuda á nenhum dos dois.
– Apartamento 402. - ouvi meu pai falar enquanto eu andava em direção ao elevador.
Subi no elevador antes deles e vi que tinha um menino loiro lá, o infeliz nem me ajudou, mas consegui entrar e apertei o botão para o quarto andar antes que minha querida família aparecesse.
O garoto olhava para mim e para minhas malas e quando ia falar alguma coisa o elevador parou e abriu a porta no quarto andar. Sorri com isso e sai de lá com minhas malas e fiquei parda na porta esperando meu pai ou meu irmão aparecerem para abrirem a porta para mim.
– E posso trabalhar lá perto também. - ouvi a voz do meu irmão.
– Com certeza. - disse meu pai.
– Sabe... Estou começando a achar que morar aqui vai ser incrível. - disse meu irmão e eu revirei os olhos e finalmente consegui ver os dois quando a porta do elevador abriu.
Eles pararam de conversar quando me viram e meu pai abriu a porta para que eu entrasse com minhas coisas.
– Seu quarto é o da direita - ele disse apontando para mim - e o seu da esquerda. - disse para o meu irmão.
Imaginei que a porta do meio fosse o quarto dele. Quando eu era menor, no prédio que meu pai morava eu e meu irmão dividíamos um quarto enquanto ele ficava com outro, agora não teria realmente nenhuma condição de eu dividir o quarto com o bagunceiro do meu irmão. Entrei no quarto com minhas malas toda atrapalhada.
– Deixa eu ver como é seu quarto. - disse meu irmão aparecendo na porta e eu olhei pela primeira vez o quarto que por um longo tempo seria meu.
Tinha uma mesa branca e dois abajures que eram presos na parede. O armário ficava no canto do quarto e era uma cor que eu não sabia descrever, algo como marrom acinzentado e ficava ao lado do banheiro que pude ver que era todo branco. Minha cama estava vazia, tinha apenas o colchão branco e os pés da cama eram da mesma cor do armário. Agora eu via que toda minha preocupação com meu pai fazer um quarto completamente rosa para mim não tinha sentido.
– Quarto legal. - disse meu irmão, fazendo com que eu me lembrasse de sua presença e o empurrasse para fora fechando a porta logo em seguida.
Resolvi desfazer minhas malas logo, já que depois eu acabaria ficando com preguiça de fazer isso e enrolaria até o mês seguinte.
Duas horas depois eu consegui desfazer tudo. Eu não havia levado quase nada do que eu tinha em casa, apenas o principal, depois meus pais mandariam as outras coisas por correio ou eu pegaria nas outras vezes que fosse para a casa da minha mãe.
Peguei meu notebook e o wifi ligou automaticamente, minha sorte é que eu já tinha a senha ou iria ter que ficar sem internet até o castigo acabar. Quase pirei quando ouvi as mensagens.
[11:00] Dan: Oi Ju.
[11:01] Dan: Sei que provavelmente vai demorar para entrar no computador, mas queria dizer que estou com saudades.
[11:01] Dan: Quando você volta?
[12:23] Ju: Oi Dan, também estou com saudade, e ainda não sei quando eu volto, assim que descobrir te aviso.
Terminei de escrever com um sorriso no rosto, nós estávamos bem, bem longe um do outro, mas mesmo assim eu havia realizado o sonho da minha vida, pena que foi tarde demais, mas ainda não era o fim, era só o começo.
[12:24] Mari: JUUUUUU você não vai acreditar no que o Andy me falou.
[12:25] Mari: Seu irmão viu você e o Dan se beijando ontem na varanda da minha casa!
[12:27] Mari: Eles estavam subindo o elevador e seu irmão e os amigos dele apareceram lá no nono andar falando que queriam ter uma "conversinha" com o Dan, mas foi só para assustar, porque o Andy me disse que o Dan apareceu depois rindo.
[12:29] Ju: Eu sei amiga, hoje quando eu estava no avião o Jess começou a me mandar indireta, mas ele disse que tinha me visto beijando o Dan, mas é bom saber que o Dan permaneceu bem depois da conversa com o meu irmão.
[12:32] Mari: Ah, pois é... Ele não faria nada com o Dan também, afinal eles são amigos.
[12:33] Ju: Isso que eu pensei, mas do jeito que meu irmão é, não dá pra saber se a amizade conta nessas horas né.
[12:34] Ju: Você acredita que ele fez meu pai me colocar de castigo?
[12:34] Mari: ELE CONTOU PRO SEU PAI?
[12:35] Ju: Não! kk Pelo menos não sobre o beijo, mas contou que eu arrumei briga com uma vadiazinha que eu encontrei no avião.
[12:36] Mari: VOCÊ O QUE?
[12:37] Ju: A garota era muito folgada, ficou no banheiro quase a viajem toda se maquiando e depois veio falar que californianas são esquentadas, mas foi ela que pulou em cima de mim e começou a querer me bater.
[12:39] Mari: Nossa, que otária.
[12:39] Ju: Pois é.
[12:40] Mari: Da próxima vez você me chama e a gente põe ela na linha. Vou almoçar, beijo.
[12:41] Ju: Ok, beijos.
Fiquei mais um tempo mexendo no computador sem fazer nada de importante e resolvi pegar meu celular para ouvir musica, eu estava tão perdida em pensamento que nem ouvia a musica direito, só conseguia pensar no menino que eu havia deixado lá na Califórnia, só conseguia pensar no Dan.
Senti alguém tirando o fone bruscamente do meu ouvido e me assustei, já que eu estava com os olhos fechados nem consegui ver meu irmão entrando.
– O que é? - perguntei irritada.
– A comida está pronta, vem logo. - ele disse e eu me levantei desligando a música do meu celular.
– Nunca vi alguém mexer no celular enquanto está de castigo. - ele disse enquanto íamos em direção á cozinha.
– Não enche. - eu disse irritada e passei a sua frente, fazendo questão de esbarrar no braço dele.

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