terça-feira, 30 de abril de 2013

Chapter 2


"Sabe qual é o lado ruim de te matar? É que eu só posso fazer isso uma vez."
Eu nem conseguia acreditar que ontem tinha sido o melhor dia da minha vida. Dan e eu ficamos juntos a noite toda, na verdade até as 22h, porque a mãe da Mari disse que eu tinha que dormir para acordar cedo hoje, de acordo com a minha mãe. Justo agora que eu finalmente havia conseguido ficar com ele eu tive que ir embora.
- O que você fez ontem? - perguntou meu irmão, essa não. - Acho que aproveitaram muito ontem não?
- Dá um tempo Jess. - eu disse irritada.
- Tudo bem, mas dá próxima vez, não beija o Daniel na sacada na frente de todo mundo. - ele disse irritado fazendo com que eu o olhasse com olhos arregalados. - Sim irmãzinha, eu vi vocês dois. - essa não.
- Jess! - reclamei vermelha. - Por favor me diga que não fez nada com ele. - eu sabia que meu irmão fuzilava qualquer garoto que chegasse perto de mim e Daniel saiu cedo da casa da Mari, sendo assim muita coisa poderia ter acontecido no caminho que ele fez entre o apartamento dela e o dele.
- Quem você pensa que eu sou? - ele perguntou fingindo estar magoado e deu um sorriso , o que fez com que eu me apavorasse. - Mas não pude fazer nada para impedir que meus amigos colocassem um pouco de medo nele.
- O Daniel é seu amigo. - eu disse irritada.
- Amigos não beijam irmãs dos outros. - ele disse e eu bufei irritada me levantando do meu assento no avião.
- Aonde você vai? - ele perguntou segurando meu braço.
- Morrer afogada no vaso. - eu disse e sai andando.
Eu não podia acreditar nisso, Jess era mais velho que eu um ano e alguns meses. Sendo assim ele tinha 17 e eu 16, mas ele sempre me tratou como uma criança, eu nunca namorei por causa dele, também por minha causa, já que nunca me dei bem em namoros. Agora tenho certeza de que Daniel nem vai me ligar mais, isso se ele não estiver no hospital. Mas sei que Daniel já foi muito amigo do meu irmão, Jess e os outros não teriam coragem de bater nele não é? Pelo menos era o que eu esperava.
Olhei para o meu celular que marcava nove horas da manhã, ninguém estaria acordado á essa hora. Fiquei andando de um lado para o outro na frente do banheiro, já que a pessoa que estava lá parecia ter morrido ali dentro.
- Ei, tem gente querendo usar. - eu disse batendo na porta depois de vinte minutos de espera.
- Só um momento. - disse uma voz feminina lá de dentro.
Encostei a cabeça na parede e esperei mais cinco minutos, logo o avião pousaria e essa garota não iria ter saído do banheiro ainda.
- Olha garota, em dez minutos o avião vai pousar, acho melhor você sair logo dai antes que eu entre e te puxe pelos cabelos. - eu disse irritada.
- Desculpe queridinha, mas de onde você é? - ela perguntou abrindo um pouco a porta do banheiro e pude ver que a vadiazinha loira estava se maquiando, já que ela estava com o delineador em um olho e no outro não.
- Califórnia, por que? - perguntei irritada e tentei entrar, mas ela me impediu.
- Barraqueiras vagabundas californianas, por que não estou impressionada? - ela disse fazendo meu sangue ferver, eu não iria deixar que aquela garota me ofendesse assim, ainda mais depois de me fazer ficar esperando quase trinta minutos aqui fora.
- Californianas podem ter sangue quente, mas a única vagabunda que eu vejo aqui é você, mas não se preocupe não, se está se sentindo muito solitária pode chamar sua mãe, assim você não será a única vadia daqui. - eu disse e ela me olhou com mais raiva ainda. - Agora me dá licença que eu tenho mais o que fazer do que ficar discutindo com loiras oxigenadas, por sinal adorei a cor verde, combina com a sua cara. - eu disse e me virei para voltar para onde estava meu assento, eu estava com tanta raiva daquela garota que eu havia perdido a vontade de ir ao banheiro.
- Vou te dar um presente que vai combinar com a sua cara também. - ela disse e eu senti um peso sobre o meu corpo.
A vadia loira havia pulado em cima de mim, depois dizem que californianas são esquentadas... Ela estava puxando meu cabelo tentando fazer com que eu virasse o rosto e ela conseguisse me acertar, porém, minhas lutas com meu irmão quando eu era mais nova me ajudaram a aprender como me defender. Consegui encontrar uma brecha e com um movimento rápido inverti as posições, mas antes que eu a acertasse fui erguida por alguém bem forte que conseguiu me imobilizar. Olhei para a pessoa e vi que era o meu irmão que me olhava de modo repreensivo.
-As senhoritas querem fazer o favor de parar de brigar no avião e voltarem aos seus lugares? - perguntou a aeromoça irritada e eu fui levada pelo meu irmão com a maior delicadeza possível.
- Não consigo acreditar nisso. - disse meu irmão ao meu lado balançando a cabeça indignado. - Imagino o que nosso pai diria.
- Pode parar com isso Jess, você não tem nenhuma moral para falar nada. - eu disse irritada.
- Eu não fico arrumando brigas dentro do avião, eu tenho motivos. - ele disse ficando tão irritado quanto eu.
- Posso saber que motivos são esses? - perguntei. - Pelo que eu saiba impedir que eu tenha uma vida social não conta. - o interrompi. - Afinal me diga quando eu arrumei briga com as garotas que você namorou.
- É diferente. - ele respondeu.
- Por que é diferente? - perguntei. - Só por que eu sou um ano mais nova que você não significa que eu não possa ter os mesmos direitos.
- Para mim significa. - ele disse simplesmente. - E não mude de assunto, estávamos falando sobre sua briga e não sobre minha vida social.
- Foi ela que veio para cima de mim. - eu disse em minha defesa.
- Não importa, você vai pedir desculpas a ela antes de sairmos do avião. - ele disse e eu ri, só podia ser uma piada, Jess nunca fez o tipo responsável e sempre gostou de brigas, agora só porque a briga é minha eu tenho que pedir desculpas?
- Para de brincadeira Jess. - eu disse controlando minha risada.
- Eu estou falando sério dessa vez Julia. - ele disse, certo, quem é esse que colocaram no corpo do meu irmão?
- Eu também. Eu não vou. - eu disse cruzando os braços.
- Ótimo. - ele disse. - Se prepare para o castigo. - o olhei com a sobrancelha arqueada, ele não contaria para o meu pai, ele não faria isso.

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