quarta-feira, 22 de maio de 2013

Chapter 7


"Cada minuto que passa é uma chance de mudar tudo."
A peça estava linda. Assim que deu o intervalo me virei para o meu pai e pedi dinheiro a ele, pois eu queria comprar alguma coisa para beber.
– Vem comigo Austin? - perguntei e fingi não ter visto o olhar raivoso do meu irmão e Austin fez o mesmo se levantando.
– Virar o alvo do seu irmão não fazia parte do meu plano para hoje. - ele disse e eu ri fraco.
– Tudo bem, ele só assusta. - eu disse andando em direção a fila. - Fez isso também com o Dan... - parei de falar ao perceber o que eu ia dizer, falar sobre outros garotos com um garoto não era uma coisa muito boa, ainda mais se esse garoto tivesse um amigo muito lindo e se meu suposto namoro não desse certo, eu não poderia perder a chance.
– Dan? - ele perguntou olhando para minha mão procurando a aliança. - Seu namorado?
– Na verdade não. Estou solteira. - eu disse dando um sorriso de lado e me virei para fazer o pedido. - Quero uma Soda por favor. Quer alguma coisa Austin?
– Deixa que eu pago. - ele disse e eu revirei os olhos. 
– E uma coca.
– Eu não quero coca! - ele protestou e chamou atenção de algumas pessoas ali, que começavam a cochichar algo sobre ele.
– Ah não? - perguntei. - Vai querer o que então?
– Senhor. - chamou a mulher abrindo o caixa ao lado e quando viu o Austin seus olhos se arregalaram.
– Tudo bem, pode ser uma coca. - ele disse por fim ao perceber que éramos o centro das atenções.
O homem que nos atendia trouxe os refrigerantes rápido e quando me virei para entregar ao Austin vi duas meninas tirarem disfarçadamente uma foto dele. Qual era o problema delas afinal?
– Vamos logo. - disse Austin nervoso e foi andando rapidamente para nosso lugar enquanto murmurava alguma coisa como "aqui não" e "não devia ter vindo".
– Austin. - o chamei enquanto eu corria, já que eu ainda tentava acompanhá-lo. - O que é tudo isso? - perguntei irritada segurando o braço dele e quase fazendo-o derrubar as bebidas.
– Você realmente não sabe? - ele perguntou um pouco surpreso e um pouco... magoado?
– Não. - eu disse como se fosse o obvio.
– Bom é que as pessoas normalmente me confundem com alguém famoso. Mas não precisa se preocupar. Agora vamos? - ele perguntou e voltou a andar/correr para volta dos nossos lugares.
Nos sentamos novamente em nossos lugares e Austin estava quieto. Era como se estivesse me evitando, de uma hora para outra, mas o que eu havia feito afinal?
Me surpreendi ao ver que nossos lugares ainda estavam vagos, provavelmente Jess havia tentado mudar, mas ninguém concordou e ele preferiu que eu estivesse ao lado do Austin, do que do garoto da capa de revista.
– Esse é seu. - disse Austin colocando o meu refrigerante na minha cadeira e se sentou começando uma emocionante conversa com Tyler.
Me sentei e peguei meu celular, já que estava no intervalo ninguém ia me encher por usar um aparelho eletrônico.
"Mari, aconteceu uma coisa muito estranha, eu fui comprar refrigerante com o Austin e as meninas começaram a tirar fotos e todo mundo ficou meio que chocado por ver ele." mandei a mensagem para a minha amiga enquanto tentava desviar da vista do meu irmão.
"Que estranhoo" ela me respondeu alguns segundos depois.
"E eu ainda fui falar com ele por que de tudo aquilo e quando eu disse que realmente não sabia ele olhou de modo estranho para mim, tipo confuso e disse que isso as vezes acontece porque as pessoas o confundem com alguém famoso." mandei a mensagem e desliguei o celular, pois a peça já ia recomeçar.
O musical era maravilhoso, tudo era extremamente perfeito. Os atores cantavam e eu sorria abobada. Na verdade eu conhecia muito bem aquela peça. O Rei Leão. Sempre achei o filme maravilhoso e sempre chorava nas partes em que o pai do Simba morria, mas assistir ao teatro era mil vezes melhor.
– É tão lindo. - eu disse emocionada e peguei a bebida, porém não era a soda que eu havia comprado.
Sentir o gosto da coca fez com que eu me engasgasse e quase me afogasse, pois eu não queria tirar a atenção das pessoas, mas minha tentativa de parar a tosse foi em vão.
– Respira menina. - disse o meu irmão com seu jeito carinhoso, notem a ironia, e me dando tapas fortes nas costas, acho que ele descontou a raiva que sentia em mim, não se preocupe, vai ter volta.
Eu comecei a tossir e assim que consegui tirei a mão pesada do meu irmão nas minhas costas voltei a respirar com um pouco de dificuldade.
– Eu estou bem, já pode parar de me bater. - reclamei e cruzei os braços fechando a cara enquanto me ajeitava na cadeira para assistir ao resto da peça. - Ahh... Desculpa. - eu disse colocando o copo do Austin no lugar e voltei a olhar para as pessoas que cantavam.
– Está tudo bem mesmo? - Austin me perguntou em voz baixa, que ótimo, agora fica preocupado.
– Se eu tiver ou não, não te interessa não é mesmo? - eu falei irritada. - Vá perguntar para o Tyler se ele está bem.
– Uou. - disse o Tyler em uma voz que foi alta o suficiente para eu ouvir. - Aguenta essa agora também.
– Cala a boca Tyler. - ouvi Austin murmurar. - Olha Julia, eu realmente não fiz aquilo por mal.
– Tá Austin. - eu disse o interrompendo. - Caso não se importe eu estou realmente a fim de ouvir eles cantando, já que isso é o mais perto que eu posso chegar em um show de verdade. - falei irritada, mas era verdade. Minha mãe nunca havia me levado á um show antes e nunca havia me dado dinheiro para ir, alegando que se eu morresse, meu pai jogaria a culpa em cima dela pelo resto da vida.
– Nunca foi? - ele perguntou surpreso e eu olhei para ele.
– Não. Algum problema?
– Claro que não. - ele disse e riu balançando a cabeça, mas voltou a olhar para as pessoas que cantavam lá no palco.

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