domingo, 30 de junho de 2013

Chapter 14


"Fiz o que podia, fui mais longe do que pensei que iria"
Levantar da cama agora parecia impossível, ainda mais pelo fato de que fora do meu quarto estava uma gritaria insuportável. Digamos que meu pai, meu irmão e o advogado não conseguiam entrar em um acordo. E pelo menos dentro do meu quarto eu me sentia segura, pelo menos um pouco.
Quando cheguei em casa, meu pai estranhou o horário e ficou preocupado quando viu que eu estava molhada e tremendo. Então não fiquei sabendo direito como a discussão havia começado, pois ele me mandou direto para o banho. Mas assim que desliguei o chuveiro, pude ouvir a gritaria lá na sala e isso fez com que eu me arrumasse rapidamente.
Eu decidi sair do quarto e tentar fazer com que os dois parassem de brigar. E percebi que meu irmão reclamava com meu pai, pois meu pai queria processar os pais do Charles e de seus amigos por bullying e meu irmão queria resolver isso na porrada, como ele mesmo disse e ao ouvir isso eu comecei a rir baixo, mas depois eu acabei espirrando e Jess e meu pai começaram a brigar comigo me dizendo para tomar um remédio e ir para o quarto.
Com os dois contra mim não pude fazer muita coisa, apenas peguei o remédio na cozinha e vim para cá, mas como eu fiquei em silêncio consegui ouvir a campainha tocar da primeira vez e meu irmão gritar:
- O problema é seu por querer acostumar seu filho á dormir a tarde!
Meu irmão, como sempre, foi muito educado. Só tenho pena da criança que estava tentando dormir e o pai dela, mas por um lado eu tinha que concordar com meu irmão. Da segunda vez que a campainha tocou, imaginei que fosse o sindico, pois a gritaria parou. Mas foi só por um momento, pois logo meu irmão voltou a se estressar e começou a gritar novamente dizendo que ia sair e ia atrás dos caras.
- PARA! - ouvi o grito do meu pai e fiquei até com medo de respirar.
Depois de um pouco mais de um minuto de silêncio eu resolvi levantar da cama e ver se eu conseguia ouvir alguma coisa da porta, mas não ouvi nada. Abri a porta tomando cuidado para não fazer nenhum barulho.
- Digamos que eu aceite essa ideia. -disse meu irmão e ouvi o barulho de seus passos andando de um lado para o outro da sala. - Mas mesmo assim quero uma punição severa para aqueles covardes.
- Isso é com o juiz. - disse meu pai. -Mas de ante das testemunhas tenho certeza de que ele vai ter uma bela punição.
- Estamos resolvidos? - disse uma voz feminina, que eu percebi ser a da Karen.
Mas o que ela estava fazendo aqui em casa afinal? Eu nem sequer ouvi a campainha tocar. E qual era essa ideia? Eu já estava morrendo de curiosidade, eu precisava saber qual era o acordo feito, já que eu também estava metida nessa história.
- Irei levar os documentos para a escola e mandar uma intimação para os pais dos alunos. - disse o advogado. -Com licença. - Ouvi os passos dele se distanciando e a porta bater.
- Muito obrigado Karen, acho que pode dar certo... - ouvi passos se aproximando do corredor e parei de ouvir a conversa, eu tinha certeza de que era meu irmão tentando sair de perto do casal antes de ficar entediante, como diz ele.
Voltei para o quarto correndo e deixei a porta encostada até o meu irmão passar e ir para o quarto dele. Assim que ele fechou a porta eu fui para o corredor novamente.
- Também espero que dê certo. - disse Karen. - Bom... Eu não tenho mais muito tempo de almoço então eu já vou indo, hoje mesmo eu levo esses papéis para a escola e te ligo para confirmar as coisas para amanhã.
- Tudo bem então, bom almoço.- disse meu pai.
- Obrigada, para você também. - ela disse e depois de um tempo ouvi o barulho da porta se fechar.
Agora que eu estava realmente curiosa, voltei para o meu quarto e fui olhar o facebook do meu irmão para ver se ele tinha postado alguma coisa, mas a última data de postagem era há quase um mês atrás. Bufei irritada e voltei a me deitar. Decidi perguntar no almoço e fui fazer minha unha para esperar o tempo passar.
- Pai! - gritei abrindo a porta e tomando cuidado para não borrar o esmalte.
- Fala Julia. - disse ele da sala.
- Tô com fome.
- Tem pizza congelada, pode fazer.
Eu até reclamaria com ele, mas como provavelmente seria a primeira e única vez que eu iria comer pizza no almoço, reclamar para que? Fui para a cozinha e coloquei a pizza no forno, depois voltei para a sala.
- Pai. - chamei e ele não ouviu, pois estava ocupado demais prestando atenção no jornal. - Pai!
- O que foi agora Julia? - ele perguntou irritado, talvez não fosse a melhor hora para perguntar, mas eu não tinha nada para inventar.
- Eu tava pensando em amanhã ir em uma praça que o Tyler me mostrou aqui perto.
- Não, amanhã você vai na escola. - ele disse e voltou a olhar a televisão.
Então era isso? Nada tinha mudado, mesmo com tudo o que aconteceu hoje ele não tinha mudado de opinião?
- EU NÃO QUERO IR PARA ESCOLA! EU NÃO VOU! - eu disse gritando e me levantando.
- Opa, segundo round. - disse meu irmão aparecendo na sala e se sentou no sofá me olhando.
- Segundo round nada. - disse meu pai. - Você e o Jess vão para outra escola, agora chega de gritaria por hoje e saiam daqui e me deixem assistir o jornal em paz.
Bom... Pelo menos eu havia descoberto o que eles haviam decidido, mas eu não conseguia acreditar que eu teria que passar novamente por um primeiro dia de aula. Fiquei imaginando como seria meu dia amanhã e só "acordei" quando ouvi o relógio apitando dizendo que a pizza estava pronta. Pelo menos alguma coisa boa hoje tinha acontecido e eu só esperava que o dia não passasse, ou que minha gripe piorasse, assim eu não precisaria ir para a escola.
Enquanto eu comia a pizza, comecei a pensar na Califórnia. Não fazia muito tempo que eu havia saído de lá, mas eu queria muito voltar. Eu sentia muita falta da Mari e precisava dela, talvez eu conseguisse convencer meu pai á voltar para passar o fim de semana na casa da minha mãe, pelo menos eu me livraria um pouco da loucura que eu estava vivendo aqui. A campainha tocou e fui lá abrir a porta.
- Tyler?
- Oi. - ele disse e me mostrou os papéis que segurava.
- Ah.. Entra ai. - eu disse e dei espaço para ele entrar. - Pai! - gritei.
- Julia, eu já disse para você parar de gritar, porque... - meu pai parou de falar quando viu Tyler ao meu lado. - Oi Tyler.
- Oi, vim entregar esses papéis que minha mãe pediu. - ele disse e eu lembrei da minha pizza que estava esfriando.
- Se não se importam.. Eu vou comer. -eu disse e fui em direção á cozinha. -Quer também Tyler? É pizza. - eu disse e ele riu.
- Quero sim.- ele disse e me seguiu sorrindo.
- O que foi? - perguntei enquanto me sentava.
- É que... Assim você parece até o Austin, comendo pizza no almoço. - ele disse e eu o olhei confusa. - É que é a comida preferida dele, na verdade não sei como ele não enjoa, já que ele come pizza quase sempre, na verdade eu até entendo ele, imagina você tendo que ir para um país onde as pessoas comem peixe cru por exemplo.
- É... Pensando assim, acho que eu também não enjoaria da pizza.- eu disse e ele riu antes de começar a comer.

sábado, 29 de junho de 2013

Chapter 13


"I'm sure, you're really a total loser"
- Quem é você? - perguntou o cara que me segurava e levou um tapa na cabeça do garoto ao seu lado que tinha uma tatuagem tribal.
- Moofer ela é uma novata não tá vendo?
- Vamos ensinar uma lição para essa menina. - disse Moofer e sorriu.
- Calma Moofer, vamos mostrar a ela onde é o lugar dela nessa escola. - disse o garoto que eu confundira com meu irmão, reparei que ele tinha um colar de prata com um C.
- Obrigada, mas eu já conheço a escola. - eu disse tentando me livrar deles, mas percebi que não tinha como quando ele me segurou e foi me levando em direção á escola e virou no corredor que tinha acesso ao estacionamento.
- Sabe... Antes de você aparecer nós estávamos mesmo conversando sobre o meu carro e os caras acham que ele está um pouco sujo e sabe como é né. Eu não tenho tempo para mandar ele ao lava rápido... - ele ia dizendo e eu sabia muito bem onde essa conversa daria, quanta originalidade, pensei.
- Ei garota depois que terminar com o do Charles pode dar uma lavada no meu também. - disse Moofer e riu sendo acompanhado por Charles e pelo cara que estava ao seu lado. 
Ele me guiou até um Camaro vermelho e jogou a chave do carro para o amigo dele que se dirigia ao porta malas. Ele tirou de lá uma esponja, um balde vazio e um sabonete, imaginei quantos alunos eles já haviam limpado o carro deles. 
- Termine logo, quando terminar esse tem mais três. - disse Charles e riu acompanhado dos amigos.
- Só mais uma coisa. - disse o cara com a tatuagem tribal, que segurava uma mangueira de emergência que tinha na parede da escola. - Acho que pode usar essa água. - ele ligou a torneira e a água veio diretamente em mim, e os quatro começaram a gargalhar e ele desligou a torneira enquanto tentava controlar o riso.
Tentei sair dali enquanto eles estavam ocupados demais rindo, mas eles perceberam minha movimentação e fecharam minha saída. 
- Não terminou com o carro ainda. - disse Moofer e deu uma olhada nada discreta para o meu sutiã que agora tinha uma estampa visível, pois a blusa que eu usava era branca.
Bufei irritada e fui em direção á torneira, queria poder enforcá-los com ela. Sempre odiei os "valentões" das escolas que gostavam de passar trote nos calouros. 
- Ei! - ouvi um grito na esquina do estacionamento com o corredor que dava á quadra. - O que vocês fizeram?
Eu nunca havia ficado tão feliz em ver meu irmão. Ele vinha com mais quatro amigos, não tão fortes quanto os quatro que estavam tentando me forçar a lavar o carro deles, mas também não pareciam ser tão fracos assim.
Charles ia dizer alguma coisa quando meu irmão se aproximou, mas Jess acertou um soco em sua cara, que o faria cair, se seus amigos não tivessem o segurado. Ele levou a mão ao nariz que sangrava e tentou atacar Jess, mas eu liguei a torneira e entrei na frente do meu irmão. Com a pressão da água, ele foi empurrado para trás e seu soco foi no ar, o fazendo rodar e cair no chão.
Olhei para os outros três caras, eles estavam furiosos e começaram a vir em minha direção. Jess me empurrou para a parede novamente e ele seus amigos começaram a brigar com os três.
Jess tentou dar um soco em Moofer, mas ele foi mais rápido e atingiu a barriga de meu irmão que se encurvou com a dor. Mas antes que ele acertasse seu joelho na cabeça de Jess um de seus amigos apareceu e lhe deu um chute nas costas o fazendo pular meu irmão e cair de costas no chão.
- Vem comigo. - ouvi a voz de um dos amigos do meu irmão e ele me puxou para que eu saísse dali.
Nós corremos na direção dos carros. Ele ia a frente e me puxava e eu tinha que me controlar para não acabar tropeçando. Ele tinha um cabelo loiro curto e isso o ajudava muito, pois o vento era forte e eu tinha que ficar tirando o meu cabelo da frente do rosto. Olhei para trás e pude ver Charles se levantando atordoado.
 - Se abaixa. - disse o amigo do meu irmão, também percebendo que Charles estava se levantando e eu me abaixei me escondendo atrás de um dos carros antes que ele nos visse fugir. - Já volto. - disse ele e eu assenti.
O amigo do meu irmão foi se escondendo atrás dos carros, para não chamar a atenção dos outros que brigavam. O estacionamento não estava tão cheio assim e isso dificultava o movimento dele. Olhei pelo vidro do carro e vi que Moofer tentava se livrar do braço do meu irmão que prendia sua cabeça com um braço passando na frente de seu pescoço e empurrava com o outro braço ela para a frente, o imobilizando.
Ouvi um barulho de porta batendo e olhei na direção em que o amigo do meu irmão havia ido. Ele havia conseguido chegar no carro. Olhei novamente para a briga e vi que eles não tinham percebido, mas quando ele ligou o carro todos pararam com a briga e em poucos segundos eles já estavam vindo na minha direção, com o meu irmão e seus amigos tentando impedir. O amigo do meu irmão tirou o carro da garagem e veio em alta velocidade em minha direção, fazendo com que o carro fizesse barulho quando ele parou.
- ENTRA LOGO! - ele gritou e eu entrei, molhando o banco. - Não tem problema. - disse ele vendo que eu estava molhando o carro e voltou a acelerar. - Mas põe o cinto.
Eu não precisei ouvir duas vezes. Os quatro veteranos que estavam na frente tentaram entrar na nossa frente para ele parar o carro, mas ele acelerou e os quatro pularam antes que fossem atropelados. Senti um forte puxão do cinto quando ele freou mais uma vez, dessa vez para meu irmão e seus amigos entrarem.
- Vai, vai, vai. - disse Jess para os garotos que entravam rápido no carro.
Os veteranos estavam correndo em nossa direção e o loiro ao meu lado acelerou o carro antes de Jess entrar, o fazendo correr atrás do carro e pular para dentro do carro e um moreno bateu a porta.
- Acelera Zack! - gritou meu irmão e olhei pelo retrovisor e vi que os veteranos estavam entrando no Camaro para vir atrás da gente.
Zack acelerou o carro e saiu do estacionamento, quase atropelando um homem que andava na rua. Os carros buzinaram quando o carro entrou na avenida em alta velocidade. Zack dirigia bem e era rápido, ele foi cortando os carros que estavam á nossa frente. Olhei pelo retrovisor e consegui ver o Camaro vermelho ultrapassar um carro.
- Entra na próxima. - disse Jess e Zack entrou e senti o cinto me apertar de novo.
Assim que entrou na rua ele entrou direto para o estacionamento de uma loja de brinquedos e parou o carro atrás dela. Poucos segundos depois vimos o Camaro vermelho passar em alta velocidade.
- Isso foi incrível. - disse Zack.
- Parabéns cara, dirigiu bem. - disse um dos garotos.
- Ei Zack, me leva em casa? - pediu meu irmão e Zack olhou para mim antes de dar ré no carro.
- Claro. - ele disse e acelerou voltando para a pista principal.

quarta-feira, 19 de junho de 2013

Chapter 12


"I'm not a very good person to watch scary movies with. I scream or mute it when I get scared"
Odeio sentir a sensação de primeiro dia de aula. As sensações são quase as mesmas de quando você combina de sair com um garoto que você gosta. Mãos suando frio, coração disparado, um milhão de expectativas e os pensamentos pessimistas. Não gosto de mudar de escola. Não gosto de ser uma aluna nova. Não gosto que olhem pra mim. Não gosto da mãe do Tyler.
Infelizmente, ela conseguiu mesmo fazer a cabeça do meu pai. Eu já disse para ele parar e só me deixar ir amanhã, que é o dia em que as provas acabam, mas ele me escutou? Acho que vocês já sabem a resposta não é mesmo.
Bufei irritada mais uma vez e coloquei o fone no ouvido. Mais uma coisa que eu odeio, essas rádios passando músicas antigas que meu pai tem o costume de ouvir. Fala sério, quando uma música sai de moda eu não fico querendo escutar ela, eu vou atrás de outras. Se bem que tem umas que eu ouço no celular as vezes, mas é muito raro isso, só quando eu não tenho nada mesmo para fazer. 
Quando o radio pegou sinal eu coloquei na Mix, afinal ela era a que menos passava comercial. E quando passava era só mudar para a radio disney que eu tinha certeza de que estaria tocando alguma musica.
Before you came into my life
I missed you so badI missed you so badI missed you so so bad
Before you came into my lifeI missed you so bad
And you should know that...
So call me, maybe?
A musica já estava no final, mesmo depois de tanto tempo ela ainda passava na rádio. E mesmo cansada de ouvir essa musica eu sempre acabava cantando. Começou a outra tocando uma musica parecida com o despertador da minha amiga e eu me lembrei que musica era aquela, afinal nos últimos dias eu tinha a escutado muitas vezes.
I, I'm felling your thunder
The storm's getting closer
This rain is like fire
And my...
My world's going under
And I can't remember
The reason that you got off the line
You're moving on, you say
Here I stay
I'll take this pain
Yeah, I can't, I can't
But what about love?
What about our promises?
What about love?
You take it off and leave me nothing
What about love?
What about us 'til the end?
You're moving on, you say
Here I stay
I'll take this pain
Yeah, I can't, I can't
- Julia! - meu pai me chamou tirando o fone do meu ouvido. Já disse o quanto eu odeio isso? Sempre nas melhores partes alguém vem te irritar e não pode nem esperar a música acabar. 
Eu ia reclamar, mas ele foi mais rápido e apontou para o lado do meu vidro no carro. Lá estava ela, a gigante escola que eu iria estudar pelo resto do ano. 
- Boa sorte. - disse meu pai apressado querendo que eu saísse logo do carro, pois estávamos parando o trânsito. E ele não queria ir para o estacionamento.
- Valeu. - eu disse e peguei minha bolsa para sair do carro.
Eu tentei fazer minha cabeça forçar meu corpo a agir normalmente, afinal se eu fizesse alguma besteira eu ficaria para sempre marcada por isso.
Andei normalmente até a entrada da escola, passando pelos grupos de alunos que conversavam. 
Assim que entrei, um panico me atingiu. Eu deveria ter vindo mais cedo de ônibus com o meu irmão. Mas agora eu tinha que procurar a secretaria sozinha. Em uma escola grande assim deveria ser muito difícil e seria melhor se eu perguntasse pra alguém  Mas provavelmente, com o meu nervosismo eu iria acabar me enrolando com as palavras. Fui andando pelo corredor em busca de alguma placa que indicasse onde ficava a secretaria, mas não tinha nada. As placas ficavam em cima das portas e isso dificultava um pouco minha situação. Eu via muitas pessoas andando apressadas e algumas até me empurraram e nem pararam para pedir desculpas então me lembrei que eles estavam em dia de prova.
Lembrar disso foi ainda pior, pois isso voltou a me dar raiva da mãe de Tyler, eu não iria ter aula nenhuma hoje então eu nem precisava ir.
Decidi voltar, mas quando olhei para trás não consegui identificar para onde era a saída  Eu havia andado bastante nos dez minutos em que estive aqui, mas eu não me preocupei em decorar o lugar, grande erro.
Resolvi andar ate o final do corredor que eu estava, me desviando das pessoas que andavam para o outro lado, e vi no final do corredor seguinte uma janela pequena.
A janela tinha vista para o campo de futebol e as arquibancadas de ferro, onde quase uma dúzia de alunos estava sentada.
Não dava para identificar ninguém de tão longe, ainda mais porque eu estava no térreo e enxergar as coisas de cima era mais difícil  mas tinham quatro pessoas no fundo, imaginei que meu irmão pudesse estar ali e decidi seguir os corredores, dessa vez, prestando bastante atenção em que corredor eu virava. 
Até que deu certo, em pouco tempo eu já estava do lado de fora. A quadra era grande e todos tinham ido embora, menos aquele grupo de garotos.
Bufei irritada e revirei os olhos, era muito típico do meu irmão cabular aulas, mas pelo menos achei que ele sairia da escola. Fui em direção á eles, quando eu cheguei vi meu irmão de costas para mim e conversando com os garotos.
- Ei! - chamei irritada e ele se virou.
Percebi, muito tarde, que ele não era meu irmão. E percebi que aquele garoto não parecia com o meu irmão. Eu fui muito idiota em não ter percebido isso.
Os quatro garotos estavam á uns 20 m de distância e mesmo assim eu já me sentia amedrontada com a presença deles ali.
- Ah... Desculpa, pensei que eram outras pessoas. - eu disse apressada, minha vontade era de sair correndo dali, mas se eu corresse eles viriam atrás de mim. Então decidi fingir que estava tudo bem e sair dali normalmente.
- Ei garota! - ouvi a voz grossa de um deles e coloquei desfaçadamente o fone em meu ouvido, mas não tocava nenhuma musica.
- Ow! - gritou outra voz, dessa vez mais perto e comecei a apressar o passo.
Olhei para o prédio da escola, devia estar á uns 200 metros de distância. Antes que eu pudesse fazer alguma coisa senti uma pressão forte sobre o meu braço me fazendo virar e o fone de ouvido sair da minha orelha.
Eu prendia a respiração diante do apavoro que eu estava sentido ao ver aquele homem com uma barba mal frita, cabelo sem corte e roupas largas com um tênis de marca e uma corrente no pescoço. Ao seu lado estava um garoto de cabelos loiros escuros e com uma tatuagem tribal no braço descoberto que mostrava seus músculos e usava um tênis de corrida e um short jeans gasto. 
Eu vi os outros dois caras - o que eu havia confundido com meu irmão e seu amigo - vindo em minha direção, com um sorriso idiota na cara e com a mão nos bolsos. Eu queria correr, mas não podia, afinal, o capa da Men's Health número 2 ainda apertava fortemente meu braço.

segunda-feira, 10 de junho de 2013

Chapter 11


"Sei que é praticamente impossível conseguir, mas e dai? A resposta deve estar na tentativa"
Finalmente o dia 10 havia chegado. Acreditem ou não, eu esperava ansiosamente por esse dia, motivo?  Eu finalmente iria poder baixar a musica do Austin e não iria precisar ficar ouvindo na internet.
Depois que conversamos na casa do Tyler nós nunca mais nos falamos. Desde então passei a procurar mais sobre ele, e achei as músicas dele e resolvi ouvir. Até que no inicio não achei elas tão ruins assim. Mas depois de alguns dias eu me peguei cantando Say Something enquanto lavava a louça e desde então não parei mais de ouvi-las. 
Mas o problema nisso tudo é meu pai, porque eu já implorei um milhão de vezes para ele me dar um novo celular, mas ele sempre dizia não. O pior é que ultimamente ele passou a fingir que nem me ouve mais, sempre que eu pergunto ele muda de assunto.
Porém como ele tem dois iphones, que em minha opinião é um exagero e ostentação, eu não tenho nada. Ele disse que o branco é o pessoal dele e o preto é para o trabalho, mas como eu irritei tanto ele, meu pai passou a me emprestar o iphone dele de vez em quando e foi assim que eu comprei a musica e fiquei ouvindo as outras musicas dele pela casa. 
- Abaixa esse volume! - gritou Jess, da porta do meu quarto.
- Cala boca, você não tem algum lugar para ir não? - perguntei gritando também. 
- Na verdade tenho, e você tem também, se arruma logo que nós vamos lá na casa daquele moleque de novo. - ele gritou e eu desliguei o som.
- Como é? - perguntei abrindo a porta e vi que meu irmão já estava na porta do quarto dele.
- Eu disse para você não ficar com o som alto, olha ai. Agora tá surda. - ele disse com um sorriso idiota e eu revirei os olhos enquanto cruzava os braços. - 10 minutos. - disse e fechou a porta do quarto dele na minha cara.
Entrei correndo no meu quarto e abri meu armário, eu não sabia que roupa usar, nem se deveria ir com maquiagem. Talvez o Austin estivesse lá e eu pudesse conversar com ele, mas acho que seria melhor que ele não estivesse, afinal, acho que o trataria diferente agora que sei sobre sua fama.
E se ele não me quiser mais falar comigo? Me lembro de ter visto uma foto na internet, que provavelmente foi tirada por uma das meninas que estavam na fila para comprar a pipoca no teatro, tirou. E vi várias pessoas comentando coisas como "quem é essa?", "o Austin não está namorando ela né?", "o Austin está solteiríssimo, ela deve ser só uma amiga qualquer", "Austin não tinha uma garota mais bonita não?", "Austin te amamos muito e respeitaremos você se estiver namorando essa garota, mas por favor nos avise", "essa garota é da California, vi ela no avião arrumando barraco lá dentro, deve ser alguma prima sem classe do Austin".
Bom... Eu só me lembrava de alguns. Algumas fãs, que eu descobri que se chamavam de mahomies, até que eram bem fofas, mas a maioria falava mal de mim e me criticavam ou me xingavam. Eu até entendo elas, mas fala sério, eu? Com o Austin? Só podem estar brincando, eu nunca namoraria alguém famoso, nunca mais namoraria ninguém. O que eu passei com o Daniel pelo menos serviu para alguma coisa. Nunca, jamais, me apaixonar novamente. Mas o comentário que mais havia me chamado a atenção era a da garota que havia me chamado de sem classe e disse que me viu em um avião arrumando barraco. 
Quando li tive vontade de dar uma resposta muito bonita para ela, eu não me surpreenderia em saber que essa garota do comentário é a própria garota que apanhou.
- Já tá pronta? - perguntou meu irmão na porta me assustando.
Eu havia me esquecido completamente de me arrumar. Olhei para as roupas em meu armário e para a porta.
- Já, só falta eu colocar um sapato. - menti. 
- Ok, to te esperando la na sala, não demora. 
Me arrumei rapidamente, se antes eu pensava na possibilidade de me maquiar, agora não dava mais. Coloquei um jeans e uma blusa nova mesmo e sai do quarto.
- Você está de bota. - disse meu irmão assim que apareci na sala.
- Mudei de ideia. - falei e passei direto por ele e fui para a porta.
 No elevador eu vi meu irmão e meu pai entrando e reparei que meu pai estava com o cabelo mais penteado que o normal, como se estivesse indo para uma reunião na empresa ou alguma coisa assim e ao invés da colônia habitual dele, ele usava um perfume maravilhoso.
- Você vai semana que vem para a escola não é mesmo? - ele perguntou percebendo que eu o olhava.
- Não sei porque você está enrolando tanto, aquela escola é ótima. - disse meu irmão.
Ótima para ele, significava zona, bagunça e nada de aulas. Meu pai olhou para ele e provavelmente considerou a ideia de me matricular em outra escola.
- Imagino. - eu disse abafando o riso.
Na verdade já era para eu ter começado á ir nas aulas á um tempo. Mas no primeiro dia que eu ia, acabei ficando doente e meu irmão foi sozinho. Quando ele chegou ele disse que todos estavam em tempo de prova e então não iria ter aula para mim e nem para ele, mas como meu irmão tem problema ele estava indo para a escola mesmo assim. Porém as provas acabariam essa semana e segunda feira eu já teria que enfrentar aqueles olhos de desprezo das pessoas com a novata.
O elevador parou e meu pai foi o primeiro a sair. Acho que meu irmão percebeu que eu não sairia do elevador e colocou o braço em volta do meu ombro para me empurrar.
- Oi. - disse meu pai á Karen. 
- Oi, entrem. - ela disse com um sorriso simpático. - Tem um amigo do Tyler aqui. - ela disse me fazendo ficar tensa. - Espero que não se incomodem.
- Tudo bem. - disse meu pai e se sentou na mesa, no lugar onde Karen indicava.
- Meninos venham jantar. - ela chamou e ouvi passos se aproximando. 
Por sorte meu irmão não estava mais abraçado á mim, ou perceberia minha tensão e é claro, imaginaria várias coisas e ficaria com ciúme.
- Julia. - ouvi a voz de Tyler atrás de mim, mas me recusei a me virar, fazendo com que ele tivesse que vir até a minha frente para me cumprimentar. - E ae Jess. - ele cumprimentou meu irmão com um aceno. - Esse ai é o meu parça Alex.
- Oi. - ouvi a voz dele e me virei para me certificar que não era mesmo o Austin.
- Vamos comer? A lasanha daqui a pouco esfria. - disse Karen fazendo com que nossa atenção se voltasse para ela.
- Claro tia, to morrendo de fome. - disse o Alex, fazendo Karen se envergonhar um pouco.
Acompanhei-os e me sentei na mesa. A lasanha da Karen estava perfeita. Muito boa mesmo, desconfiei que ela tivesse comprado o prato, mas como Alex e Tyler se mostravam indiferentes imaginei que talvez ela sempre cozinhasse bem assim.
- Você cozinha muito bem mesmo. - disse meu irmão e meu pai o olhou de modo sério para ele como se estivesse dizendo "Fale direito com ela, a chame de senhora, ela não é um dos seus amigos.", mas meu irmão não ligou, muito menos Karen.
- Obrigada, é bom saber que a minha comida está boa. - disse ela sorrindo.
- Karen sua comida está realmente muito boa. - disse meu pai sorrindo e ela sorriu fraco também, acho que Tyler e eu percebemos o que havia atrás desse sorriso, pois nos olhamos ao mesmo tempo e seguramos o riso.
O barulho dos talheres no prato durou pouco, pois logo Karen, meu pai e meu irmão começaram a falar sobre a escola que eu não havia ido ainda. E posso dizer que eu estava odiando o rumo da conversa, afinal, Karen estava dizendo que era importante que eu fosse logo para a escola e que era ruim eu ficar presa no apartamento. Que eu precisava de ar puro e de caminhar. Eu estava quase pulando em cima dela para que ela calasse a boca, mas ouvi Alex me chamar.
- Então é você a Julia que não conhecia o Austin. - ele disse com um sorriso e eu dei um sorriso envergonhado.
- Na verdade eu não reconheci ele, mas eu já tinha ouvido falarem sobre ele na minha escola.
-Agora sim, faz sentido. - disse Tyler se intrometendo na conversa.
- Isso seria interessante. - Alex disse pensativo enquanto fazia círculos na borda do copo.
- O que? - perguntou Tyler.
- Se o Austin tivesse aqui, o jantar devia ser pizza, seria interessante ver ele comendo com uma hater.
- Eu não sou uma hater! - eu disse e percebi que minha voz havia falhado um pouco, droga.
- Ah, entendi. - disse Tyler. - Você nunca ouviu uma música dele? 
- Bom... Já, mas sei lá, nunca tinha prestado atenção.
- Prestado? Então quer dizer que agora você prestou?
Certo Alex, não gostei de você. Eu me sentia como se estivesse em um interrogatório policial, como se eu estivesse cometido um crime e qualquer palavra que eu falasse pudesse servir contra mim.
- Já acabaram? - perguntou Karen, se referindo á comida.
- Já sim tia, obrigado. - disse Alex e levou o meu prato, o dele e o do Tyler para a pia. - Qual é a sobremesa?
Karen pegou o sorvete que estava na geladeira e cada um se serviu. Eu peguei o de flocos, meu favorito e mandei um milhão de agradecimentos á ela telepaticamente. Depois disso eu ouvi Tyler falando sobre o novo clipe do Austin e que ele estava divulgando o novo CD. Fingi que não tinha ouvido, mas estava feliz por saber onde ele estava afinal.

quinta-feira, 6 de junho de 2013

Chapter 10


"Detesto fazer fofocas, prefiro vivê-las"
 - O que foi isso? - perguntou meu irmão irritado e eu ergui a sobrancelha.  
 - Um minuto. - eu disse e passei a mão no cabelo. 
 - Fala logo! - ele reclamou elevando a voz. 
 - Eu pedi um minuto, para me lembrar de quando minha vida interessa á você. - eu disse e tentei sair, mas Jess entrou na frente. 
 - Tirar frases de facebook qualquer um pode. E tudo bem, você tem todo o direito em ficar revoltada por ter se mudado, mas presta atenção no que eu estou falando, esses garotos não prestam, fique longe deles. 
 - Tudo bem. - eu disse e me afastei com um sorriso cínico.  
 - Ah... Claro. - ele riu seco, entendendo que eu estava sugerindo que ele era um desses garotos que não prestam. - Guarde bem o que eu estou falando e não invente de sair por ai ficando com qualquer garoto que encontrar, ou eu vou ficar sabendo e eu realmente estou precisando de um novo alvo para socar. 
Eu não conseguia acreditar no que ele havia falado, desde quando meu irmão havia se tornado esse idiota egocêntrico á minha frente, ele nunca havia falado assim comigo. Tudo bem que nós brigávamos as vezes, mas quando o assunto era o sexo masculino ele era muito carinhoso comigo. 
 - Eu só estava conversando com ele. - eu disse e ele avançou para cima de mim me prendendo na parede com a mão em meu braço. 
 - Se eu ver você conversando com mais alguém que não seja uma de suas amiguinhas, não me responsabilizarei. Fiquei longe deles, você foi avisada. - ele ameaçou e saiu indo em direção ao quarto do Tyler. 
Eu estava assustada, quem Jess pensava que era. O problema do meu irmão sempre foi o ego enorme dele, achava que podia acabar com qualquer um. Porém ele era só um pouco mais forte que o Austin, pelo que eu pude perceber, se bem que nunca o vi sem camisa, mas meu irmão, com seu vicio nos exercícios, talvez conseguisse acertar pelo menos um soco no rosto dele. 
Balancei a cabeça expulsando esses pensamentos brutais e me lembrei de que Austin era famoso. Eu não sabia como o Austin podia ser famoso. Isso era estranho demais para mim, afinal conhecer alguém que simplesmente aparece na sua vida e do dia para o outro você descobre que aquele moleque que fala coisas sem noção e de tão idiota faz você rir, realmente não é uma coisa que acontece todo dia. 
Assim que entrei no quarto encontrei com o olhar de Tyler avaliativo sobre mim. Provavelmente esperando que eu surtasse, ou que comentasse algo com meu irmão, ou sei lá. Não sei o que se passa na mente masculina. 
Olhei para o som onde tocava provavelmente uma das musicas do Austin, que por sinal eu nunca havia escutado. Pelo menos não as musicas que tocaram, mas eu sabia alguma, que dizia alguma coisa sobre a garota dizer que ele era apenas um amigo dela, mas não lembro a letra. 
Dez minutos estressantes se passaram até meu pai gritar para nós da sala que estávamos indo embora. Quando me dirigi á porta, o olhar de Tyler agora era de pena, não sei porque ele sentiria pena de mim, talvez pelo fato de meu celular ter se quebrado. Tenho quase certeza de que as meninas da minha sala surtariam se eu falasse "AUSTIN MAHONE QUEBROU MEU CELULAR!". Tudo bem, não foi bem ele... Mas se ele não tivesse com a janela aberta eu estaria com um celular que liga pelo menos. Ele me deve um celular. Na verdade ele e o Jess, já que o culpado por meu stress foi ele. 
 - Você me deve um celular. - eu reclamei ao seu lado e vi ele revirar os olhos e andar mais rápido até o meu pai, eu não ganharia um celular do Jess. 
Assim que me aproximei dos dois, pude ouvir a conversa de Jess com o meu pai e percebi que o safado do meu irmão estava contando ao nosso pai sobre minha conversa com o Austin. Tenho certeza de que meu rosto ficou quente de raiva, mas para minha sorte meu pai estava mais interessado em olhar para a perna/bunda/peito da mãe do Tyler, ops, Karen. Mas é claro que ele disfarçava. 
Para minha sorte, não teve conversas, quando chegamos no apartamento, felizmente meu irmão parecia cansado demais para arrumar brigas infantis. 
- Boa noite. - eu disse a eles antes de ir para o meu quarto. 
Coloquei o peso de papel, que antes havia sido meu celular, em algum lugar da cama e resolvi entrar no computador, para ver se tinha alguma coisa nova e vi que tinham mensagens do Andy e da Mari. 
[19:33] Mari: JUULIA 
[19:33] Mari: aquele garoto é o Austin Mahone!! 
[19:34] Mari: Sabe aquele que as garotas da nossa sala ficam falando a aula toda? 
[19:50] Mari: JULIA PORQUE VOCÊ NÃO ATENDE? 
[20:27] Mari: JULIA, olha agora o face do Dan!  
Minha amiga tinha o dom de fazer com que eu me lembrasse das coisas trágicas do dia, mas resolvi esquecer um pouco o assunto do celular e abri a pagina do perfil do Daniel, me surpreendendo ao ver: DANIEL CAARY ALTEROU SEU STATUS PARA NAMORANDO.  
Eu não conseguia acreditar nisso - ótimo Jess, essa é uma boa hora para você treinar seu precioso box - e eu ia sair sem ver a mensagem do Andy, mas ele me chamou e a janela abriu me mostrando a conversa. 
[20:18] Andy: Oi, bom... Aqui é o Daniel que está falando e queria esclarecer algumas coisas, acho que você merece isso. 
[20:21] Andy: Bom... Acho que nunca te contei, mas eu tinha uma namorada e terminamos fazia um tempo já, mas no fundo acho que sempre amei ela. O caso é, nós havíamos terminado por infantilidade e agora resolvemos voltar. 
[20:22] Andy: Só queria que você fosse a primeira a saber e espero que continue tudo normal entre a gente. 
[01:10] Andy: puxa, pensei que não fosse entrar nunca.. 
Eu ainda olhava para as mensagens anteriores dele, eu estava chocada, tinha vontade de chorar, mas não iria, meu orgulho era muito maior que isso. Mas como ele pôde dizer "acho que sempre amei ela"? Eu não esperava que ele me amasse, ainda mais porque foi apenas uma noite, mas também achei que demoraria um pouco mais. 
[01:14] Andy: ta ai? 
Eu tinha me esquecido completamente de responder, minha cabeça já estava doendo, mas de qualquer jeito eu não teria paz se não falasse com ele. 
[01:16] Julia: Daniel ou Anderson? 
[01:16] Andy: Anderson, mudei a senha de novo. O Daniel não vi mais mexer, não se preocupe. 
[01:18] Andy: Queria falar com você para ficar calma, eu conversava com a Mari sobre você e o Daniel, sei que não vai aceitar esse namoro numa boa, mas fica tranquila, pensa que assim vai ser melhor para você, afinal não vai ter que manter um relacionamento a distância, o que é muito difícil. 
[01:23] Andy: Acho que você sabe bem como foi meu relacionamento com a Mari durante o tempo do meu intercambio. 
[01:25] Julia: Tá tudo bem, amanhã a gente conversa, beijos. 
Desliguei o computador, eu estava com sono e realmente não estava a fim de falar sobre relacionamento com ele. Claro que eu sabia como havia sido difícil para ele e para a Mari conseguirem fixar o relacionamento deles durante o tempo que ele passou no Canadá, eu via minha amiga chorar algumas vezes sentindo a falta dele e com medo de ele estar a traindo. E eu não havia pensado nisso ainda. 
Acabei dormindo depois de muito tempo, encarar o quarto totalmente escuro havia se tornado atormentador, mas a insônia parecia não querer me deixar em paz. Pela primeira vez eu poderia dizer que entendi um pensamento masculino. 
Eu podia jurar que Daniel estava com medo de que os amigos do meu irmão batessem nele lá, se bem que ele merecia isso. Olhei para a parede tentando esquecer aquele garoto idiota - depois de desejar que essa namorada dele o traia e ele se interne em um manicômio com depressão - e mesmo que eu estivesse cansada, meus pensamentos variavam entre a noticia do namoro e a descoberta de que o Austin era o cantor que fazia as meninas da minha antiga escola enlouquecer.