segunda-feira, 27 de maio de 2013

Chapter 8


"Quando a tristeza bater em sua porta, diga: desculpa mas a felicidade chegou primeiro"
A peça acabou e eu estava super emocionada, mas com o idiota do meu irmão ao meu lado minha emoção acabou.
- Perfeito, vamos embora. - disse Jess enquanto íamos para a saída do teatro, onde o deus grego já não estava mais presente - e você Austin, quero distância de 100 m da minha irmã. 
- Não precisa se preocupar não Jess - falei - Eu mesma vou garantir que esse idiota fique a 200 m longe de mim. - falei irritada e vi Tyler abrir a boca espantado. - Qual o problema com você também?
- Não é nada, eu só... Não entendo. - ele disse e olhou para o Austin que fazia movimentos nada discretos para que Tyler não falasse o que quer que ele iria dizer. - Da onde você disse que era mesmo?
- Califórnia. - respondi revirando os olhos.
- De que parte exatamente da Califórnia? - ele perguntou.
- E isso importa? - perguntei.
- Muito. - murmurou. - Você era do interior? - perguntou agora com a voz mais alta.
- Não Tyler! - eu disse irritada, qual é, interior? Tenho cara de vaqueira agora? Tá, eu sei que exagerei, afinal eu tinha uma casa no interior quando era mais nova e adorava passar as férias lá, mas se as pessoas perguntam se você é do interior assim do nada é realmente algo preocupante. 
Retiro o que eu disse sobre o Tyler, ele é um idiota. Assim como o Austin. Quando eu estava indo para perto do meu pai vi o Austin dar um tapa na cabeça do Tyler que murmurou alguma coisa, parabéns Austin, com essa você ficou acima do Tyler.
- Vamos logo, ou vamos nos atrasar. - disse meu pai e eu franzi a testa. 
- Atrasar para que? - perguntei e fui ignorada, pelo meu próprio pai, ótimo. Meu dia estava realmente ótimo hoje.
Entramos no carro e nos sentamos nos mesmos lugares, porém dessa vez Austin e Tyler conversavam sobre mim aos sussurros enquanto meu irmão, meu pai e a Karen conversavam sobre o brilhante futuro do meu irmão. Que sinceramente, para mim seria brilhante só o fato de ele passar de ano.
O fato é que como os três conversavam animados, não ouviam a conversa lá de trás, na verdade nem eu conseguia ouvir direito. As únicas coisas que ouvi foi algo parecido com "Acha que ela não sabe mesmo?" do Tyler perguntando e ouvi Austin o repreender e pedir para falar mais baixo, depois ouvi "tentar descobrir" e "só pode estar mentindo".
Certo, eles não haviam realmente citado meu nome, mas eu sabia que falavam de mim, afinal para que falar tão baixo? E em que eu poderia estar mentindo? Quando cansei de dar uma de espiã liguei meu celular, mas estava sem sinal. Olhei pela janela e vi a linda Lua no céu.
- Só podem estar de brincadeira comigo. - eu disse para a Lua.
- Sabe maninha, acho que essa sua amiga - disse meu irmão e apontou para a Lua pela janela. - Não vai te responder.
Olhei para ele com uma cara séria e irritada, eu estava cansada, me segurei muito para não perder a calma ainda mais no teatro, mas aquele comentário do Jess foi o suficiente para me fazer perder a cabeça.
- Cala boca seu idiota! - gritei e joguei meu celular nele.
Me arrependendo imediatamente. Jess desviou e meu celular foi para trás, onde Austin estava com a janela aberta e ele voou pela janela fazendo eu dar um grito para o meu pai parar o carro.
Assim que o carro estacionou sai correndo atrás dele. Por incrível que possa parecer olhei para ele e não estava todo quebrado, pelo menos não na tela, já que ele tinha batido na lixeira da calçada, mas não ligava.
- Essa não. - eu disse desesperada e tirei o cartão de memória e o chip do celular. - Liga, liga, liga... - fui falando, mas nada acontecia.
- Querida, tudo bem? - perguntou Karen e limpei as lágrimas que já se formavam em meus olhos e assenti.
- Claro, vamos logo. - eu disse e entrei no carro sem olhar para ninguém. 
Eu estava irritada, mas estava ainda mais triste. Eu havia levado tanto tempo para conseguir fazer minha mãe comprar um celular decente para mim e agora ele simplesmente não funcionava. 
Encostei a cabeça no vidro e comecei a chorar silenciosamente, já não me importava mais com a maquiagem, só queria meu celular de volta. Continuei tentando inutilmente ligar meu celular até ouvir meu pai dizer:
- Chegamos.
Olhei e vi um restaurante, mas não um restaurante qualquer. Aquele era estilo uns que a água gelada devem custar $10. Não vou dizer que nunca tinha ido em um restaurante desses, mas que eu lembre era a terceira vez. 
As outras duas eu fui quando uma amiga da minha mãe estava comemorando aniversário de 20 de casamento e fez questão de falar para minha mãe deixar de ser mão de vaca e gastar o dinheiro com comida e não com sapato e bolsa. E da outra foi em uma comemoração de final de ano da empresa que minha mãe trabalhava. 
Tentei agir de forma natural e tratei de fechar logo a boca, para não passar vergonha naquele lugar, afinal, pelas expressões das outras pessoas aquele restaurante que deviam cobrar até pela sua respiração era algo normal.
- Vamos lá. - disse meu pai e abri a porta, mas antes de sair eu senti um peso no meu colo e me lembrei do celular.
Minha tristeza voltou, mas também me lembrei que a essas horas eu deveria estar com o rosto todo sujo de maquiagem.
- Passe isso querida. - disse Karen me dando um lenço umedecido assim que percebeu minha situação.
- Obrigada. - eu disse enquanto limpava o rosto e sai do carro. Melhor sem maquiagem do que com o rosto todo preto.
De qualquer forma levei meu celular que provavelmente agora só serviria como peso de papel.
Segui o povo todo e no sentamos em uma mesa redonda.
- Fiquem a vontade. - disse o garçom nos entregando o cardápio.
Fiquei olhando para o cardápio por um tempo. Perdida em meus pensamentos e tentando controlar as lagrimas que teimavam em querer cair.
- Julia? - ouvi a voz do meu pai e olhei para ele, pela sua cara eu podia dizer que provavelmente ele estava me chamando a um certo tempo e percebi que ele queria que eu fizesse logo o pedido.
- O mesmo que o Jess. - eu disse e voltei a olhar para baixo.
Eu tinha quase o mesmo gosto culinário que meu irmão, só torcia para que ele não tivesse inventado de pedir alguma comida exótica apenas por ter achado o nome legal (pois é, meu irmão as vezes fazia isso).
- Alguma bebida senhorita? - perguntou o garçom. 
- Um suco de laranja por favor. - eu disse e vi o garçom se afastar.
- O que acharam do lugar? - perguntou meu pai puxando assunto.
- Legal, espero que a comida seja boa. - eu podia jurar que essa frase havia sido dita por Jess, mas para minha surpresa foi Tyler quem disse isso. O que fez com que sua mãe ficasse envergonhada e dissesse que seu filho gostava de falar bobagens e disse que o lugar era lindo.
O jantar chegou rápido, ainda bem porque eu já estava morrendo de fome. E o melhor é que com a comida eu parava de pensar um pouco no meu celular.
Enquanto comia passei a reparar mais no restaurante. Ele tinha uma porta que levava á algo parecido com um jardim e perto dele tinha um homem que tocava musica clássica em um piano.
- Com licença. - eu disse me levantando depois de ter comido.
No inicio me dirigi ao jardim. Era pequeno, mas bem bonito e no final tinha um vidro que dava uma visão para a rua. Mas depois decidi voltar e ficar olhando de longe o cara tocar. 
Quando eu era mais nova costumava tocar, era muito legal. Na verdade não sei muito bem porque eu fui tocar piano, já que eu sempre gostei de bateria, mas vai entender. 
Olhei para o meu celular novamente, se ele funcionasse eu tiraria uma foto agora. Mas vi uma sombra pelo vidro se aproximando e mesmo assim me assustei quando ouvi aquela voz.
- Você está aqui. - disse Austin.
Eu poderia dar uma resposta grossa para ele e até diria mesmo, se eu não tivesse tão mal pelo meu celular.
- Eu... Queria pedir desculpa. - ele disse meio sem jeito e colocou as mãos dentro do bolso.
- Por? - perguntei sem entender e um pouco impressionada.
- Por minha culpa você perdeu o celular. - ele disse, sei lá. Por um momento achei que ele fosse se desculpar por ter me tratado de modo estranho no teatro.
- Não foi sua culpa. - eu disse e me virei para olhar o pianista novamente.
- Mesmo assim, se eu tivesse com a janela fechada nada teria acontecido com seu celular. 
- Bom... Tecnicamente você está certo. A culpa é totalmente sua por meu celular ter quebrado. - eu disse e ri, fazendo ele rir também. 
Depois disso ficamos os dois lá parados olhando um para o outro, apenas ouvindo ao fundo o pianista  tocar.
- Você toca? - ele perguntou depois de um tempo.
- Não muito. - respondi. - E você? - perguntei e ele riu.
- Você é engraçada. - ele disse se aproximando de mim e ficando encostado na parede á minha frente.
- É? - perguntei. - Posso saber o que tem de mais nessa pergunta?
- Tá. - ele disse rindo e revirando os olhos. - Não precisa fingir comigo ok? Eu já assisti filmes, sei que você sabe quem eu sou.
- Claro que sei, Austin. - eu disse. - Só se você tiver mentido seu nome, ai eu realmente não sei.
- Certo. - ele disse acho que considerando minha resposta, na verdade eu estava super confusa, o que ele queria dizer com "sei que você sabe quem eu sou"? - O que você fazia na Califórnia?
- Ia na escola e lia, quando não ficava conversando com a Mari e os garotos. - eu disse. - Por que?
- Curiosidade. - ele falou. - Bom... Você tem facebook?
- Na verdade tenho, mas não uso muito. - disse dando de ombros. 
- Eu também não. - ele respondeu rindo. - E twitter?
- Não tenho, sabe... Eu até cheguei a fazer uma época, mas não sabia o que postar então desisti.
- Tá explicado. - ele disse em voz baixa. - Então, me conta como é a Califórnia?
Comecei a contar para ele sobre tudo, o parque, os shoppings, as melhores lojas de sobremesas e tudo mais. Quando o Tyler chegou ficou ouvindo também a minha explicação, ele já tinha ido á Califórnia com a mãe algumas vezes e me disse onde tinha ido, mas eu lhe dei umas dicas para ele ir á alguns lugares que ele não conhecia e no final ele e o Austin falaram que quando fossem á Califórnia com certeza visitariam os lugares que eu havia recomendado.
- Vamos? - chamou meu irmão chegando. - Já pagaram a conta. 
- Ah, sim. - eu disse e segui meu irmão.
- Ei. - Austin me chamou quando estávamos andando para fora do restaurante. - Preciso te dizer uma coisa.

quarta-feira, 22 de maio de 2013

Chapter 7


"Cada minuto que passa é uma chance de mudar tudo."
A peça estava linda. Assim que deu o intervalo me virei para o meu pai e pedi dinheiro a ele, pois eu queria comprar alguma coisa para beber.
– Vem comigo Austin? - perguntei e fingi não ter visto o olhar raivoso do meu irmão e Austin fez o mesmo se levantando.
– Virar o alvo do seu irmão não fazia parte do meu plano para hoje. - ele disse e eu ri fraco.
– Tudo bem, ele só assusta. - eu disse andando em direção a fila. - Fez isso também com o Dan... - parei de falar ao perceber o que eu ia dizer, falar sobre outros garotos com um garoto não era uma coisa muito boa, ainda mais se esse garoto tivesse um amigo muito lindo e se meu suposto namoro não desse certo, eu não poderia perder a chance.
– Dan? - ele perguntou olhando para minha mão procurando a aliança. - Seu namorado?
– Na verdade não. Estou solteira. - eu disse dando um sorriso de lado e me virei para fazer o pedido. - Quero uma Soda por favor. Quer alguma coisa Austin?
– Deixa que eu pago. - ele disse e eu revirei os olhos. 
– E uma coca.
– Eu não quero coca! - ele protestou e chamou atenção de algumas pessoas ali, que começavam a cochichar algo sobre ele.
– Ah não? - perguntei. - Vai querer o que então?
– Senhor. - chamou a mulher abrindo o caixa ao lado e quando viu o Austin seus olhos se arregalaram.
– Tudo bem, pode ser uma coca. - ele disse por fim ao perceber que éramos o centro das atenções.
O homem que nos atendia trouxe os refrigerantes rápido e quando me virei para entregar ao Austin vi duas meninas tirarem disfarçadamente uma foto dele. Qual era o problema delas afinal?
– Vamos logo. - disse Austin nervoso e foi andando rapidamente para nosso lugar enquanto murmurava alguma coisa como "aqui não" e "não devia ter vindo".
– Austin. - o chamei enquanto eu corria, já que eu ainda tentava acompanhá-lo. - O que é tudo isso? - perguntei irritada segurando o braço dele e quase fazendo-o derrubar as bebidas.
– Você realmente não sabe? - ele perguntou um pouco surpreso e um pouco... magoado?
– Não. - eu disse como se fosse o obvio.
– Bom é que as pessoas normalmente me confundem com alguém famoso. Mas não precisa se preocupar. Agora vamos? - ele perguntou e voltou a andar/correr para volta dos nossos lugares.
Nos sentamos novamente em nossos lugares e Austin estava quieto. Era como se estivesse me evitando, de uma hora para outra, mas o que eu havia feito afinal?
Me surpreendi ao ver que nossos lugares ainda estavam vagos, provavelmente Jess havia tentado mudar, mas ninguém concordou e ele preferiu que eu estivesse ao lado do Austin, do que do garoto da capa de revista.
– Esse é seu. - disse Austin colocando o meu refrigerante na minha cadeira e se sentou começando uma emocionante conversa com Tyler.
Me sentei e peguei meu celular, já que estava no intervalo ninguém ia me encher por usar um aparelho eletrônico.
"Mari, aconteceu uma coisa muito estranha, eu fui comprar refrigerante com o Austin e as meninas começaram a tirar fotos e todo mundo ficou meio que chocado por ver ele." mandei a mensagem para a minha amiga enquanto tentava desviar da vista do meu irmão.
"Que estranhoo" ela me respondeu alguns segundos depois.
"E eu ainda fui falar com ele por que de tudo aquilo e quando eu disse que realmente não sabia ele olhou de modo estranho para mim, tipo confuso e disse que isso as vezes acontece porque as pessoas o confundem com alguém famoso." mandei a mensagem e desliguei o celular, pois a peça já ia recomeçar.
O musical era maravilhoso, tudo era extremamente perfeito. Os atores cantavam e eu sorria abobada. Na verdade eu conhecia muito bem aquela peça. O Rei Leão. Sempre achei o filme maravilhoso e sempre chorava nas partes em que o pai do Simba morria, mas assistir ao teatro era mil vezes melhor.
– É tão lindo. - eu disse emocionada e peguei a bebida, porém não era a soda que eu havia comprado.
Sentir o gosto da coca fez com que eu me engasgasse e quase me afogasse, pois eu não queria tirar a atenção das pessoas, mas minha tentativa de parar a tosse foi em vão.
– Respira menina. - disse o meu irmão com seu jeito carinhoso, notem a ironia, e me dando tapas fortes nas costas, acho que ele descontou a raiva que sentia em mim, não se preocupe, vai ter volta.
Eu comecei a tossir e assim que consegui tirei a mão pesada do meu irmão nas minhas costas voltei a respirar com um pouco de dificuldade.
– Eu estou bem, já pode parar de me bater. - reclamei e cruzei os braços fechando a cara enquanto me ajeitava na cadeira para assistir ao resto da peça. - Ahh... Desculpa. - eu disse colocando o copo do Austin no lugar e voltei a olhar para as pessoas que cantavam.
– Está tudo bem mesmo? - Austin me perguntou em voz baixa, que ótimo, agora fica preocupado.
– Se eu tiver ou não, não te interessa não é mesmo? - eu falei irritada. - Vá perguntar para o Tyler se ele está bem.
– Uou. - disse o Tyler em uma voz que foi alta o suficiente para eu ouvir. - Aguenta essa agora também.
– Cala a boca Tyler. - ouvi Austin murmurar. - Olha Julia, eu realmente não fiz aquilo por mal.
– Tá Austin. - eu disse o interrompendo. - Caso não se importe eu estou realmente a fim de ouvir eles cantando, já que isso é o mais perto que eu posso chegar em um show de verdade. - falei irritada, mas era verdade. Minha mãe nunca havia me levado á um show antes e nunca havia me dado dinheiro para ir, alegando que se eu morresse, meu pai jogaria a culpa em cima dela pelo resto da vida.
– Nunca foi? - ele perguntou surpreso e eu olhei para ele.
– Não. Algum problema?
– Claro que não. - ele disse e riu balançando a cabeça, mas voltou a olhar para as pessoas que cantavam lá no palco.

sexta-feira, 17 de maio de 2013

Chapter 6



"Felicidade é poder estar com quem você gosta em algum lugar."
De repente meu cabelo  ficou muito interessante. Tyler e o Austin conversavam em voz baixa no banco de trás, já que o carro que meu pai estava era um estilo Chrysler Aspen - eu tinha visto o nome antes de entrar, já que havia achado aquele carro realmente bonito - e tinha dois assentos a mais no meio. Eu e meu irmão estávamos nesses bancos do meio, enquanto os dois estavam com espaço de sobra lá atrás, folgados.
Olhei para o meu irmão e vi que ele mandava mensagem, provavelmente para alguma nova iludida, sua sorte é que ele estava atrás do banco do motorista e meu pai não podia ver que ele mexia no celular. 
Fiquei olhando para a vista e esqueci as pessoas que estavam dentro do carro, a cidade era tão diferente da Califórnia, mas mesmo assim muito bonita, fiquei olhando algumas crianças brincando na rua.  Eu não prestava direito atenção no que eles faziam já que meu pai andava muito rápido. Logo paramos em frente á um teatro. Então era isso, iriamos á um teatro.  
 - Eu já volto. - disse meu pai e foi para a fila assim que saímos do carro. 
- Onde ele vai? - perguntei. 
 - Tentar arrumar lugar para o Austin. - respondeu a mãe do Tyler.
 - Ah. - eu disse e comecei a olhar para o teatro, tinha um grande outdoor escrito Olympia na frente e por sorte não estava muito cheio, já que ainda estava de tarde. Mas tenho certeza de que esse lugar deveria lotar a noite. 
 - Tudo certo. - disse meu pai e a mãe do Tyler foi ao lado dele, olhei para ela e comecei a forçar minha mente tentando lembrar qual era o nome dela, acho que era Raven ou Lauren, eu não podia chamá-la de "mãe do Tyler". Nova estratégia, não falar com ela.  
 - Qual é o nome da mãe do Tyler? - perguntei para o Austin, por dois simples motivos, primeiro que se eu fosse falar com o Tyler ele poderia ficar nervoso ou eu me enrolaria nas palavras e só conseguiria passar vergonha na sua frente, já que eu iria ficar tão vermelha quanto um morango. E em segundo lugar que se eu perguntasse para o meu irmão, provavelmente ele falaria alguma coisa e me deixaria constrangida.  
 - É... - o Austin começou a falar, mas foi interrompido pelo Jess.  
- Ei! O que vocês estão fazendo ai? - ele quase gritou e isso fez com que meu pai olhasse para mim irritado por dar motivos para meu irmão ficar com ciúmes. - Olha aqui moleque, eu... - Jess começou sua ameaça para cima do Austin e eu me coloquei á sua frente. 
 - Para Jess, olha a cena ridícula que você está fazendo, pensei que nossa conversa no avião havia funcionado para alguma coisa. - eu disse e me virei para o Austin. - Muito obrigada por me avisar que meu brinco havia caído. 
Coloquei a mão na orelha fingindo estar consertando ele e pisquei disfarçadamente para o Austin, antes de passar ao lado de um Jess envergonhado. Tá, ele não estava envergonhado, ele nunca ficava, mas percebi que ele havia ficado um pouco sem graça e foi falar com o Austin.
 - Vamos logo. - meu pai disse para os dois que estavam conversando e pelo visto a curta conversa estava boa, já que meu irmão e o Austin riam de alguma coisa, sempre achei isso estranho, a facilidade que os homens tem para conversarem um com o outro é tão impressionante. Se eu vou conversar com uma garota no banheiro, ou em alguma festa, a conversa acaba e provavelmente não vamos voltar a nos falar nunca mais. Porém com os homens é diferente, eles conseguem conversar sem acabar o assunto e no final do dia, já cominaram de sair e beber ou pegar várias garotas e na maioria das vezes eles voltam para casa cansados e sem ter conseguido nada.  
Fomos para os nossos lugares. Meu pai tinha pego as cadeiras C1, C2, C3, C4, C5 e C6. Como meu pai não gosta de se sentar no meio ele se sentou na C1, que era no corredor. Ao seu lado se sentaram a mãe do Tyler, o Tyler, o Austin e meu irmão. Deixando que eu me sentasse no último lugar que meu pai havia conseguido, que na verdade era para o Austin, mas Jess fez questão de se sentar ao meu lado, mas eu não me preocupei com isso. Só pensei no quanto eu sentia falta da Mari nesses momentos, se ela estivesse aqui estaríamos em uma conversa animada. Porém eu não cheguei a precisar sentir tanta falta dela, pois logo vi quem havia se sentado ao meu lado.  
Um garoto, não, um deus grego. Daqueles saído direto da revista e o melhor é que ele estava sem aliança. Sim, foi a primeira coisa que eu pensei: Tem namorada? E claro, depois de ver nas duas mãos que ele não tinha pensei, é gay. Mas esse pensamento se foi logo que eu o vi pegando o celular. 
 - Não, já chega Verônica. Está tudo acabado, não me ligue mais, essa é a última vez que eu atendo. - ele disse irritado e desligou o celular.  
Eu não percebi que eu o olhava até que ele se virou e me viu. Ele deu um lindo sorriso e senti meu rosto se esquentar. Eu queria quebrar o contato visual com ele, mas não tinha como. Tenho certeza de que seus poderes faziam efeito em mim.  
- Troca de lugar. - eu ouvi uma voz longe de mim e me senti sendo puxada para cima pelo braço.  
Eu ia decapitar meu irmão. Eu estava no meio de um momento sonhado por todas as garotas - e até mesmo por mim - durante tanto tempo e de repente chega ele e estraga todo o clima - que ocorria em minha mente, é claro. 
 - Como? - perguntei incrédula, ainda de pé. 
 - Isso mesmo que você ouviu Julia, vamos trocar de lugar. - ele disse passando por mim e indo se sentar no meu lugar, mas eu o puxei pela blusa e impedi que ele fizesse isso. 
 - De jeito nenhum. - eu falei irritada. - Fique ai conversando com o Austin e me deixa fora disso. - eu falei e tentei passar na frente dele, mas meu irmão foi mais rápido e se sentou me deixando super irritada. 
 - Senta ai maninha, o teatro já vai começar. - ele disse com seu sorriso - que eu tanto odiava - superior.  
Olhei para o lugar dele e olhei para o Austin que nos observava tenso e dei um sorriso para o meu irmão que olhou para mim assustado. Pois é né maninho, vamos ver quem se dá melhor agora. 
 - Então gato, você tem uma foto sua ai? - eu perguntei e Austin me olhou confuso. - É que eu vou mandar para o Papai Noel e te pedir de presente de Natal. - eu disse e Austin e o deus grego que antes estava sentado ao lado do meu irmão riram da minha cantada idiota, fazendo meu irmão me fuzilar com os olhos. 
 - Poxa, que cantada legal. - disse Jess irônico. 
 - Pelo menos funciona melhor que as suas. - eu disse e ouvi as vozes de algumas pessoas fazendo "UOOOOU!" que estavam sentadas atrás do meu irmão e me sentei, acabou o show. 
 - Acho que ele ficou irritado. - Austin me disse ainda rindo fraco. 
 - Pelo menos foi melhor essa do que aquela "Oi gato, já perdi a virgindade, mas eu deixo você brincar com a caixa onde ela estava guardada!" - eu disse em voz baixa e ele riu. 
- O nome dela é Karen. - ele me disse e olhou para a mãe do Tyler.
- Ah... Obrigada.
- Silêncio ai. - ouvi a voz do meu irmão do meu outro lado e abafei a risada junto com o Austin.

segunda-feira, 13 de maio de 2013

Chapter 5


“Nos desonestos pode-se sempre confiar na desonestidade. Honestamente, os honestos é que deviam ser vigiados, pois nunca se sabe quando farão alguma coisa realmente estúpida”
Acordei com uma enorme vontade de ficar no quarto, assim como eu vinha fazendo desde o dia em que teve o acidente da pizza, como eu estava chamando, a única coisa que fiz foi ficar no meu quarto e saia apenas para comer.
Porém meu querido pai, falou que hoje iriamos todos sair. Eu, ele, meu irmão - que ficou irritado em saber que não poderia sair sozinho - a amiga do meu pai e o filho dela. Que maravilha, como se ele já não tivesse me obrigando á muitas coisas, agora eu também teria que ser educada com as visitas.
Meu pai me disse que iriamos em um restaurante chique, então pediu para que eu usasse alguma coisa mais social, claro que sempre odiei usar roupas sociais, ainda mais aqueles saltos, tão lindos, mas tão desconfortáveis. No entanto sempre tive muitos deles, mas muitos eu nunca usei realmente.
- Ju usa aquele que sua mãe comprou no shopping. - disse minha amiga pelo telefone.
- Não Mari, aquele vestido é horrível. - eu disse e conhecendo minha amiga eu sabia que ela havia revirado os olhos.
- Para de drama, vai ficar lindo em você. - ela garantiu. - Por favor faz isso por mim, eu já estou longe de você. - Ótimo, a Mari Chantagista chegou.
- Tudo bem, eu provo ele, mas tenho certeza que aquele vestido nem vai caber em mim, é muito pequeno.
- Prove então e me mande uma foto. - disse ela e dando um suspiro eu levantei.
- Tudo bem, vou desligar então e te mando a foto. - eu disse olhando para o vestido azul marinho.
Sinceramente, achei que não ia caber, mas até que coube e mesmo que eu não quisesse admitir, tinha ficado bom. Ainda assim eu não poderia mexer minhas pernas direito, já que o vestido apertava minha coxa. Tirei a foto e mandei para a Mari.
"É PERFEITO você TEM que usar ele, depois lembre-se de me emprestar." ela respondeu e eu ri, ainda mais imaginando o ataque que meu irmão teria quando me visse, pensando melhor, o vestido estava perfeito.
Passei uma maquiagem leve e já estava pronta, antes de passar pela porta me olhei novamente no espelho. Minha roupa era perfeita para qualquer restaurante que a gente fosse, nem tão sofisticado, nem tão simples. Tomei coragem e sai do meu quarto.
"Me deseje sorte" mandei a mensagem para a Mari enquanto ia para a sala esperar os homens da casa, que por incrível que pareça demoraram mais do que eu.
"Boa sorte haha conhecendo seu irmão você vai mesmo precisar, mas NÃO mude a roupa." ela me mandou e eu estava respondendo quando recebi outra mensagem que me fez ficar de boca aberta "Aproveite para quando vier aqui e traz para mim um desses moleques gatos do seu prédio."
Eu escrevi rapidamente a mensagem em resposta, mas acabei ficando com muita raiva pois quanto mais rápido eu escrevia mais palavras eu errava "COMO ASSIM MARI? E O ANDY?" consegui escrever por fim.
"Terminamos." foi a única coisa que recebi, como assim eles tinham terminado?
"Me explica direito isso menina, como assim vocês terminaram?" perguntei e depois de muito tempo recebi a mensagem dizendo "Depois te conto.", ou seja, isso significava o fim da conversa. Olhei para o relógio e vi que já eram três e meia, pelo que eu me lembre meu pai havia pedido para que eu ficasse pronta as três, já que iríamos em um lugar antes de jantar.
- Pai! Jess! - gritei e logo meu pai apareceu vestindo um terno por cima da calça jeans escura que ele usava, sinceramente, eu não podia negar que meu pai estava bonito, na verdade ele era bonito, por ter tido seus filhos muito novo a idade não o afetava muito. Ele estava com o seu típico cheiro de perfume francês que eu gostava tanto.
- Está linda filha. - ele disse e deu um beijo na minha testa.
- Obrigada. - agradeci. - Você também está bem bonito. - elogiei e ele sorriu.
- Jess anda logo! - ele gritou. - Estamos atrasados!
Ouvi meu irmão falar algumas coisas que não consegui ouvir de dentro do quarto e alguns (muitos) minutos depois ele saiu. Ele estava bonito, não podia negar. Meu irmão era viciado em esportes, por isso não me impressionava que ele tivesse uma barriga e braços perfeitos que chamavam a atenção das garotas sempre que ele corria na praia, além do mais, Jess deixava a barba crescer e estava bem alinhada, o que dava a ele uma aparência de uns vinte anos.
Assim que passou pela minha porta ele olhou para mim e sorriu, mas não era um sorriso qualquer era o sorriso de quem vai aprontar algo e isso me deu medo. Jess chegou perto de mim e fingiu que ia dar um beijo em minha cabeça, mas acabou me colocando em suas costas.
- Solta ela Jess, não temos tempo para isso! - disse meu pai enquanto meu irmão me levava para meu quarto e se defendia dos meus tapas e chutes, eu comentei que ele era forte não é?
- ME SOLTA! - gritei e Jess parou me deixando no meu quarto, mas ficou parado á porta.
- Troque de roupa rápido, não temos tempo. - ele disse autoritário.
- Não. - eu disse cruzando os braços e ele ergueu uma sobrancelha.
- O que disse?
- Você me ouviu Jess, não sou uma criança e já me decidi, não vou trocar de roupa, pare de ser idiota e controle seu ciúme. - eu disse e tentei passar por ele, mas sem sucesso, ótimo, eu iria precisar de reforços. - PAI! - gritei.
- Jess deixa sua irmã vir do jeito que está! - ele disse e Jess bufou irritado dando meia volta e saindo apressado pela porta.
- Obrigada. - agradeci ao meu pai quando passei ao lado dele.
Desci no elevador ao lado do meu pai e do meu querido irmão. Assim que saímos pude ver um rosto conhecido á minha frente, lá estava o garoto que eu havia conhecido e me ajudado com a vadia loira. Meu irmão havia me deixado usar esse vestido, mas ele não havia abandonado seu lado super protetor. Tanto é que quando saímos do elevador Jess me abraçou pela cintura e sussurrou:
- Não vou deixar que esses idiotas fiquem olhando para a minha namorada. - ele disse e eu olhei para ele indignada e tentei me afastar dele, mas quando vi já estávamos parados perto da amiga do meu pai e controlei minha raiva e parei de me debater.
-Olá Karen, quero que conheça meus filhos Jess e Julia.
- Muito prazer. - disse a mulher de cabelo avermelhado. - Esse aqui é o amigo do meu filho Austin e meu filho Tyler foi pegar as chaves do carro que eu esqueci. - ela disse e quase que instantaneamente o garoto apareceu e olhou para mim surpreso.
- Você? - ele perguntou se aproximando.
- Já se conhecem? - perguntou meu pai e senti o meu irmão me abraçar ainda mais, Tyler olhou para a mão de Jess ao redor da minha e deu um sorriso simpático para mim, no momento eu queria desesperadamente matar o meu irmão.
- Ah... Já. - ele respondeu e viu meu olhar assustado, ele não podia falar nada sobre a loira oxigenada e pelo visto ele percebeu e terminou dizendo. - Conversamos no elevador outro dia.
- Que bom que já se conhecem. - disse a mãe dele. - Filho, esse é o Sr. Roland e esses são Jess e Julia, que você já conhece. - ela nos apresentou e eu vi Tyler dar um sorriso convencido para o meu irmão que me agarrou ainda mais.
- Jess, dá para você parar de agarrar a sua irmã? - disse meu pai irritado e fez com que a mãe do Tyler risse. - Vamos logo, tenho certeza de que vocês vão adorar o passeio hoje.
Os garotos estavam entrando no carro do meu pai, não sabia que ele tinha dois, mas ainda bem que tinha. Eu não gostaria de ficar espremida no banco. Peguei meu celular e escrevi rapidamente a mensagem "Amiga, lembra aquele cara gatinho que eu te contei que morava aqui no prédio, aquele que eu disse do sorriso? Ele é o filho da amiga do meu pai!"
- Entra logo no carro Julia. - disse meu pai irritado e eu entrei rapidamente, até porque pedindo com tanta delicadeza assim não tem como pedir para esperar um minuto. Eu sentia que teria uma tarde longa e com sorte ficaria livre do meu irmão e conseguiria conversar um pouco mais com Tyler.

quarta-feira, 8 de maio de 2013

Chapter 4


"Funkeiros só sabem escrever e falar uma palavra: "RECALQUE", até acho interessante, uma palavra escrita correta."
Meu pai resolveu pedir pizza e como ele ainda não havia comprado um interfone tive que descer e ficar esperando lá em baixo. A entrada do prédio até que era bonita, eu não precisava descer na portaria para ver quem estava lá, então fiquei esperando encostada na parede do prédio olhando para a rua.
Vi o garoto loiro que eu havia visto no elevador hoje cedo passando com mais dois amigos e rindo, mas pararam assim que me viram. O idiota tem amigos, isso é impressionante.
– Vamos embora. - disse algum deles, mas não sei quem foi, já que eu estava olhando para o outro lado.
– Espera. - ouvi o outro dizer.
– É nova aqui não é? - ouvi uma outra voz, dessa vez sabia que eles falavam comigo, mas não me virei, apenas continuei olhando a rua e torcendo para que o cara com a pizza aparecesse logo.
– Sem perguntas óbvias, por favor. - eu disse assim que percebi que ele não sairia de lá sem uma resposta.
Percebi que ele ia falar alguma coisa mas se calou ao ver alguém entrando na portaria e olhou na mesma direção que eu. NÃO, NÃO, NÃO! Eu não estava acreditando nisso, era uma pegadinha do meu irmão. Olhei para os lados procurando as câmeras, mas para minha infelicidade, era verdade.
– O QUE VOCÊ ESTÁ FAZENDO AQUI?! - gritamos ao mesmo tempo e isso chamou a atenção dos garotos ao meu lado. - EU MORO AQUI! - respondemos juntas mais uma vez.
Era demais para mim, a vadia loira que eu havia encontrado no avião, que havia me xingado e depois me atacado morava no mesmo prédio que eu! Com tantos prédios, justo esse?
– Fiquem calmas meninas. - disse um garoto moreno se metendo no meio de nós duas, que já estávamos em uma distância perigosa.
– SAI DA FRENTE AUSTIN! - ela gritou e empurrou o garoto brutalmente, porém o garoto do elevador foi mais rápido e entrou em sua frente a segurando para que ela não viesse para cima de mim, ao mesmo tempo em que o Austin vinha me segurar.
– Vocês podem explicar o que está acontecendo aqui? - perguntou o outro garoto que nos olhava.
– Não devo explicações á ninguém. - eu disse e me desvencilhei das mãos do Austin.
– Essa louca veio para cima de mim quando eu estava voltando da Califórnia. - ela explicou e eu olhei para ela incrédula.
– Eu te ataquei? - perguntei rindo. - Eu? Sério isso? Para de ser mentirosa garota, qual o problema em dizer a eles que você é louca e pulou em cima de mim? O que no caso é bem irônico já que você mesma disse que californianas tem sangue quente não é mesmo?
A loira a minha frente tentou vir para cima de mim novamente, mas foi segurada pelo garoto de cabelo claro e eu sorri triunfante.
– Me solta Tyler! - ela gritou e ele a soltou, mas percebi que Austin se ajustou ao meu lado para impedir a louca caso ela decidisse vir para cima de mim novamente.
– Olha aqui garota, você se meteu com a pessoa errada, agora querida assista o filme onde eu farei sua vida virar um inferno. - ela disse e eu ri.
– Certo, certo, se você quer ser a vilã, saiba que eu sou ainda pior. - eu disse e vi ela sorrir com escárnio e ir para dentro do prédio.
– Isso foi estranho. - disse Tyler.
– O que aconteceu realmente no avião? - perguntou o Austin olhando para mim e fazendo com que eu ficasse irritada por ter lembrado.
– É para o apartamento 402. - ouvi a voz de um homem dizer na portaria e vi que era o cara da pizza.
– É minha! - gritei indo correndo atrás da pizza e agradecendo mentalmente aquele cara, se eu tivesse mais dinheiro com certeza eu daria uma gorjeta a ele.
– Aqui está. - eu disse e entreguei o dinheiro a ele enquanto pegava a pizza. - Muito obrigada.
– De nada. - ele disse rindo.
Olhei para os garotos que ainda me olhavam atentos querendo uma explicação, eu sentia isso, mas eu também não os conhecia, qualquer que fosse o nível de amizade entre eles e a loira aguada não me interessava. Mas por outro lado, se eu não contasse aquela garota contaria sua versão da história para eles e até que eles haviam me ajudado com a maníaca.
– Tudo bem. - eu disse assim que passei do lado deles. - Eu conto o que aconteceu.
Vi eles sorrirem e percebi que o moreno, (Austin?) tinha um sorriso bonito, mas sem duvidas o de Tyler era mais. Foco! Eu tenho o Dan na Califórnia não deveria pensar em garotos agora. Balancei a cabeça tentando expulsar meus pensamentos e contei a eles uma versão resumida da história.
– Uau. - disse o garoto que descobri se chamar Robert.
– Inacreditável não é? - disse irônica e me levantei com a pizza que no momento deveria estar fria. - Mais uma coisa... - eu disse pensando na pergunta que estava em minha mente desde que havia a visto. - Ela...
– Mora mesmo aqui. - respondeu o Austin já sabendo a pergunta que eu faria.
– Na verdade o pai dela mora aqui e ela vem para cá pelo menos três vez por semana. - me explicou o Robert.
– Ah, guarda compartilhada. - eu disse me lembrando que no inicio da separação meus pais queriam fazer a mesma coisa comigo, mas depois desistiram já que meu pai preferiu se mudar para cá. - Tchau. - eu disse e fui em direção aos elevadores.
– Até mais. - disseram eles.
Entrei no elevador querendo mais do que nunca estar na Califórnia, perto da Mari para inventarmos algum plano de defesa contra a oxigenada. A porta se abriu e entrei no meu novo apartamento.
– Foi fabricar a pizza? - ouvi a voz do meu pai, é muito bom estar com uma pessoa que tem um ótimo bom humor, é claro que estou sendo irônica.
– Por acaso o Jess já chegou? - perguntei mudando de assunto e deixei a pizza em cima da mesa, eu nem estava mais com tanta fome assim.
– Ainda não. - ele disse e tocou na pizza. - Está fria Julia. - ele reclamou.
– Se queria ela quente talvez fosse melhor ir buscá-la. - eu disse irritada.
– Eu te trato com respeito, então acho melhor começar a fazer o mesmo comigo. - ele disse em sua típica voz autoritária.
– Você está certo, tem respeito comigo e respeita minhas opiniões não é? - eu comecei meu curto discurso. - Então por que me obrigou a vir morar com você? Para me afastar dos meus amigos? Já fiz alguma coisa errada por acaso? Obrigada pelo respeito e consideração pai. - eu disse irritada e fui para o quarto.
Eu estava agoniada, tudo o que eu mais precisava era arrumar uma inimiga aqui logo no primeiro dia... Em algum momento do meu choro, minha cabeça começou a doer e resolvi dormir, pelo menos nos meus sonhos eu teria paz e não teria que encontrar minha triste realidade.