quinta-feira, 13 de março de 2014

Last Chapter


"Forever"
Querido Mahone,
Digamos que eu tenho ainda menos experiencia com cartas do que você, mas vou tentar. Eu fiquei sabendo que você voltou e espero que tenha aproveitado bastante lá na China, tenho certeza que foi melhor do que aqui. Até estou sentindo falta da escola, pra você ter noção do meu desespero, mas acho que valeu a pena.
Sei que nunca fomos do tipo amigos, mas nos últimos dias tem dado certo não é? Bom... Até o beijo. Eu entendo como é a sua situação de querer continuar a amizade e tudo e mesmo achando que não da pra continuar como antes, eu prefiro tentar do que te perder, afinal demorou tanto tempo para você parar de ser um idiota, se bem que... Pensando melhor, eu que me acostumei com isso.
Confesso que usei esses dias que fiquei em casa para tentar te esquecer, considerando que o lance da amizade não daria certo, mas de uma forma ou de outra você sempre voltava aos meus pensamentos. Então eu percebi que eu não conseguiria ficar longe de você, ainda mais porque ultimamente é você que tem estado todos os momentos lá para me ajudar e considerando que eu tenho tendencia a me envolver em problemas, não posso ficar sem você.
Pra falar a verdade isso tudo foi um jeito de dizer que eu preciso de você.
Ps.: E mais uma coisa, o que você queria tinha pra me dizer?
Julia

- Eu me lembro de ter escrito naquele dia um milhão de vezes Austin e jogado o papel fora. - comentei enquanto olhava para o papel. - Mas ei, a gente nunca teve aquela conversa. - eu disse e olhei para Austin com um olhar acusador.
- É... - ele disse fingindo não ter notado meu olhar e sorriu se aproximando de mim.
- Afinal o que era? - perguntei curiosa.
- Não era nada. - ele disse e deu de ombros se afastando, mas eu o puxei de volta.
- Qual é, fala logo. Odeio que me deixem curiosa. - eu disse irritada e ele sorriu.
- Você é linda. - ele disse e eu revirei os olhos.
- Não enrola.
- Tudo bem. - ele disse derrotado. - Eu queria dizer que se você não tivesse dado o soco no Robert eu mesmo teria dado, ninguém mexe com a minha mulher. - disse me fazendo rir.
- Dá pra parar de ser idiota? - eu disse o empurrando. - Conta logo.
- Se eu contar ganho o que? - ele perguntou me puxando pela cintura de encontro a seu corpo me fazendo sentir um arrepio na espinha que eu só sentia com ele.
- O que você quiser. - eu disse com a voz rouca em sua orelha e ele me beijou. - Conta primeiro. - eu disse terminando o beijo.
- Como você é insistente.
- Como você enrola. - eu disse. - Já pensou em fazer filme?
- Sou mais fazer shows. - disse ele.
- Amor fala logo ou você vai dormir sozinho pelo resto da vida. - eu disse com um sorriso assustador e ele respirou fundo.
- Eu só queria arrumar um motivo pra você ir ao show e na hora eu realmente pensei em dizer que gostava de você, só que não deu e decidi fugir.
- Grande homem eu arrumei. - eu disse e ri.
- Além disso, você foi mais rápida. - ele disse e se aproximou de mim pra me beijar, mas eu desviei.
- O que é isso? Eu te contei. - ele perguntou frustrado.
- Mas não foi o que eu quis ouvir. - eu disse e ele bufou.
- A culpa não é minha. - ele disse fazendo biquinho. - Ainda quero o Austin Junior e a Auslia.
- Você não se acha muito novo pra ter um filho não? - perguntei e ele deu de ombros.
- Tudo bem meus bebes podem esperar, mas eu e você não. - eu disse e ele começou a me beijar me deitando na cama.
- Austin. - eu disse entre o beijo.
- O que? - ele perguntou e abriu os olhos.
- Se você colocar esse nome nos nossos filhos eu juro que te mato. - eu disse e ele riu voltando a me beijar. - Calma, vamos guardar essas coisas. - eu disse o empurrando e ele tirou a cartas que estavam espalhadas e colocou dentro da gaveta.
- Agora podemos? - ele perguntou. - Antes que seu irmão apareça por aqui com um revólver.
- Jess agora está aceitando bem nosso relacionamento. - eu disse a ele.
- E o borracheiro também, já que tem que vender pelo menos quatro pneus para mim toda semana. - disse ele e eu ri. - Quando nós formos pra nossa casa, seu irmão nunca vai chegar perto da garagem.
- Tudo bem. - eu disse e ri me aproximando dele. - Mas não se preocupa com isso agora. Então.. Onde estávamos?
- Onde acha que estávamos? - ele perguntou e tocou com sua boca em meus lábios.
- No fim da nossa história?
- Ou no começo de outra. - ele disse e me beijou intensamente, mas não por muito tempo. - Acho melhor nós irmos logo antes que sua mãe apareça aqui perguntando o que eu estou fazendo com a filha dela e querendo me castrar
- Amor. - eu disse com calma tentando não rir, eu tinha quase certeza de que minha mãe ainda aparecia em seus pesadelos. - Tem quatro seguranças lá fora, ainda acho isso desnecessário mas...
- Hey. - ele disse tocando meu rosto. - Enquanto sua mãe estiver na cidade, eu vou andar com quantos seguranças for necessário. - ele disse e eu revirei os olhos me levantando da cama.
- Bom saber que você gosta da minha família. - resmunguei enquanto andava em direção ao banheiro para dar uma ultima arrumada no cabelo. - Ou dos meus amigos antigos.
- Em minha defesa eu não tenho nada contra o Anderson. - ele disse se levantando também. - Ou o seu pai. Até que ele aceitou bem nosso namoro. Depois da reação da sua mãe confesso que eu estava morrendo de medo. Eu me pergunto como você é tão normal em comparação a eles.
Dessa vez decidi nem responder. Eu estava feliz por Mari estar aqui de novo, já que depois da festa de noivado Bia e meu irmão iriam para a Califórnia com a minha mãe enquanto estavam a procura de um apartamento pra eles que não fosse nem tão longe da faculdade de Jess ou da nova escola da Bia. Eu me perguntava quando foi que eles se tornaram tão responsáveis em tão pouco tempo, afinal antes do noivado eles namoravam por o que? Um mês e meio?
- O que foi? - perguntou Austin notando minha careta no espelho.
- Esses dois. - eu disse e dei um suspiro me virando pra ele. - Me prometa que não vamos nos casar tão cedo.
- Eu prometo. - ele disse e deu um sorriso. - No momento eu não tenho vontade de fugir da cidade como eles.
- Eu só queria que eles desistissem dessa história toda, a Bia é muito nova e...
- Fica calma. - ele disse me abraçando. - Bia só vai se casar quando tiver idade pra isso. Você sabe que eles não pensam também em se casar tão rápido.
Eu assenti com a cabeça e dei a mão para ele antes de sairmos do quarto. Era a festa dela, eu precisava me animar.
Assim que chegamos no estacionamento - com a escolta de seguranças do Austin - eu entrei no carro vermelho e virei a cabeça em direção a janela do carro. Austin acabou indo do meu lado e um dos seguranças dele iria dirigir, enquanto os outros iriam em outro carro. Eu não sei pra que tanta coisa, mas Austin era exagerado e eu não estava afim de discutir novamente.
Enquanto eu olhava para a rua, pude ver quando passamos pela rua que levava ao grande prédio da escola. Parecia que tinha sido ontem a semana dos trabalhos e provas finais - no meu caso, por não poder sair de casa e ter de fazer a segunda chamada. Senti um calafrio percorrer por meu corpo quando me lembrei que todos meus amigos não estariam lá ano que vem. Seria estranho não ver aqueles rostos que eu conhecia por lá.
Tentei mudar meus pensamentos pra uma coisa menos deprimente, como o noivado de Bia. Não que tenha sido uma opção muito melhor. Me lembrei da conversa que tivemos quando eu voltei da Califórnia. Bia havia me explicado que meu irmão e ela já estavam meio que enrolando há um tempo, mas não era nada sério e não queria me preocupar com isso. E me lembrei especificamente de um assunto da nossa conversa.
- Eu ainda não entendo que loucura é essa agora. - eu disse ainda chocada no quarto dela.
- Eu já te expliquei Ju. - ela disse enquanto fazia uma trança de lado em seu cabelo. - Eu amo seu irmão, aceite isso. - disse me fazendo rir e segurar a vontade de vomitar.
- Alex me contou que Robert ouviu de Jess que você estava tendo umas... - eu não terminei a frase para que Bia não pensasse que eu estava lhe chamando de louca, mas ela sabia exatamente do que eu estava falando, pois ouvi ela murmurar "depois ainda dizem que mulheres são fofoqueiras" - Então... É verdade?
Bia apertou os lábios antes de amarrar a trança e se levantar indo até uma gaveta e pegou um livro, que eu percebi quando ela se sentou ao meu lado que era um diário.
- Eu realmente devo muita coisa a você e ao Jess. - ela disse passando a mão levemente em cima do diário velho. - Eu não quero te contar as coisas, acho que seria menos pior se você lesse.
- O que? - eu falei com a voz esganiçada. - Não vou ler seu diário Bia, eu sei que isso é pessoal.
- Mas eu quero que você saiba das coisas e não sei se vou conseguir falar isso em voz alta. - ela disse e olhou pra baixo, mas eu apertei levemente sua mão e ela olhou de novo pra mim, fazendo com que eu pudesse ver uma lágrima solitária em seu rosto. Ela respirou fundo antes de limpar a lágrima e colocar o diário ao seu lado. - Você conhece essa história. É sempre tudo igual. Os meninos são maus e é isso. Se você não agrada a eles, eles vão te perseguir e tornar sua vida um inferno e eles são bons nisso.
- Certo. - eu disse com um sorriso fraco, entendendo perfeitamente o ponto dela, mas eu nunca me dei muito mal com eles, afinal acho que a maioria dos garotos da escola tinham medo de mim e de Mari e eram bem cuidadosos com o que falavam. 
- Eu nunca tive amigas assim que nem você. - ela confessou. - E com certeza nunca imaginei que acabaria namorando um garoto da escola. O caso é que eles fizeram da minha vida um inferno por anos e anos, mas tinha um que exagerava. Tem certeza que não quer ler? - ela perguntou ajeitando a coluna e apontou para o livro ao seu lado e eu sorri negando com a cabeça.
- Você está indo muito bem.
- Obrigada. - ela disse e deu um sorriso fraco em resposta. - Esse garoto fez coisas... ruins comigo. Até faria pior se os amigos dele não tivessem achado que ele estava indo longe de mais e desistiram. Eu realmente me iludi pensando que ele iria parar, mas suas ameaças ficavam cada vez piores. Sem seus amigos ele não me batia, mas ele tirava tudo que era importante pra mim. Eu tive um cachorro uma vez... - ela secou rapidamente uma lágrima em seus olhos. - Depois toda vez que eu saia de casa ele aparecia para me atormentar e eu comecei a ficar louca. Minha mãe me levava para o psicologo três vezes por semana e você não tem ideia de como eu ficava nervosa esperando uma explosão ou uma batida de carro. - ela respirou fundo.
- Eu sinto muito. - eu disse impressionada em como alguém seria ruim o bastante a esse ponto.
- Acho que depois de um tempo ele cansou de mim, ou arrumou um outro alvo. - ela continuou. - Mas eu já estava com essa mania de perseguição e até comecei a ver ele na rua só me esperando, mas ninguém mais via ele e achei que estava ficando louca. Então os pesadelos pioraram, ele prometia levar minha sanidade e de certa forma, já havia levado e com quanto mais medo eu ficava, mais vezes eu começava a ver ele. Eu queria contar para a minha mãe nesse ultimo ano, mas eu me recusava a ficar presa em uma clinica. Então eu comecei a resistir e até deu certo por um tempo. Até ele voltar a vir atrás de mim. Eu ainda resistia, mas era difícil, até vocês chegarem. Jess me defendeu um dia no corredor e depois eu conheci você. Vocês me deram um motivo pra continuar lutando então eu consegui me recuperar.
- Mas por que elas voltaram?
- Quando eu briguei com você, eu imaginei que era só uma questão de tempo até eu perder Jess também. Eu sei porque ele me pediu em casamento. Ele chegou lá em casa um dia e eu estava apavorada brigando com... - ela não disse o nome, mas eu sabia que era do filho do demônio que ela estava falando. - E nós já conversávamos sobre fugir, mas meu pai com certeza não deixaria. Já minha mãe gosta de Jess, confia nele, depois de você fomos contar pra ela e você não tem noção de como ela ficou animada. Jess sabia que eu não iria abandonar tudo assim e ir com ele pra Califórnia.
Bia suspirou depois de contar e limpou outra lágrima de seu rosto. Mas eu sabia que essa não era de tristeza, era de alívio. Ela colocou o livro de volta na gaveta e eu corri em direção a ela lhe abraçando.
- Estou feliz que você esteja entrando para a família. - eu disse me separando dela e ela sorriu.
- Agora você sabe por que sou vegetariana. - ela disse e eu a olhei confusa. - O Brad, Julia. Meu cachorro.
Brad. Ela havia dado o nome do cachorro de pão e queria que o coitado do Brad tivesse uma vida feliz, pensei mas não comentei nada. Apenas apertei a mão com vontade de dar uma bela surra em quem quer que fosse o otário que havia matado Brad e feito a vida de Bia tão infeliz.
- Ai! - Austin gemeu ao meu lado e notei que era porque eu estava fazendo uma enorme força em sua mão.
- Desculpa. - eu disse envergonhada.
- Relaxa, vai dar tudo certo. - ele disse e deu um beijo nas costas da minha mão. - Você estará segura comigo. - e seus vários seguranças, completei mentalmente. - Confie em mim.
- Eu confio. - eu disse e sorri pra ele, era tão incrível como ele conseguia me acalmar tão fácil.
- Vamos? - ele perguntou assim que saímos do carro, eu não havia percebido que eu estava parada em frente ao salão como uma estátua. 
Na entrada do salão eu vi a Mari chegando com o namorado dela, o Andy e senti Austin enrijecer ao meu lado, mas ele passou a mão ao redor da minha cintura e eu sorri confiante para ele enquanto ignorava a formação dos seguranças ao nosso redor.
- Vamos, mas antes... - eu puxei ele e lhe dei um ultimo beijo antes de entrar na festa, eu sabia  que precisava de força pra aguentar toda aquela gente junta enquanto olhasse para mim enquanto eu fizesse o discurso de comemoração, que por sinal estava horrível e provavelmente eu iria acabar improvisando outra coisa na hora e ainda mais força pra tentar não matar o idiota que havia feito a separação das mesas que acabou nos colocando junto com a Mari, mas é claro que o Austin ainda não sabia disso, muito menos o Alex que ficou de sentar com a gente também.
Austin me puxou ainda mais em direção ao seu corpo fazendo com que eu esquecesse meus pensamentos e o frio de sempre na barriga voltasse. Agora sim eu estava pronta para entrar lá. Me afastei assim que precisei respirar um pouco, mesmo contra minha vontade.
- Agora sim, está na hora de ir. - eu disse e dei a mão para ele esperando que tudo um dia pudesse ficar menos complicado, ou pelo menos que eu conseguisse sobreviver a festa.


Ps.: Façam perguntas nos comentários que eu vou fazer um #AskMari, obrigada por tudo mesmo, todos os comentários e o apoio, obrigada a todas as leitoras, amo vocês demais e se puderem deem uma passadinha lá no http://imaginebelieber761.blogspot.com.br/  
Até a próxima <3

4 comentários:

  1. OMG esse foi Big! Haha
    Amei,serio! Continua mor bem rápido! Haha <3

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  2. sua fic ta perfeita dms, sou leitora nova e to gostando muito, posta logo to mt ansiosa serio qnd eu li last chapter eu chorei nao quero q vc acabe cm a fic pf vc nao vai fazer isso?

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